Livros eletrônicos

Na sexta aula do curso Bibliografia da Música Brasileira, que eu e Pérola estamos dando no Sesc Avenida Paulista, finalmente entramos no século 21 mostrando como a internet ampliou o número de focos e pólos de nossa música ao mesmo tempo em que novas cenas surgiam a partir das novas tecnologias digitais que entravam nas rotinas tanto dos artistas quanto do público. Voltamos um pouco no tempo para falar sobre mangue beat e música brega (citando autores como José Teles, Lorena Calábria, Paulo César de Araújo e Ronaldo Lemos) e como estas duas cenas estavam apontando para as transformações que viriam após a chegada da internet. Com o novo século, puxamos uma tese do livro O Som e o Sentido de José Miguel Wisnik e encaixamos com a do livro Música de Montagem de Sérgio Molina para falar sobre a mudança do formato canção e como a nova cena musical brasileira vem sendo retratada em livros cada vez mais raros.

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Para além do eixo Rio-São Paulo

Na primeira aula do segundo mês do curso Bibliografia da Música Brasileira, que estamos ministrando no Sesc Avenida Paulista, eu e Pérola encerramos o século 20 ao falar sobre como o sucesso do rock brasileiro dos anos 80 ajudou a pavimentar a sensação de mudança que aconteceu no fim da ditadura militar e como este mesmo período viu o aquecimento do mercado editorial sobre música tanto com a publicação de revistas quanto com a série de Songbooks lançados por Almir Chediak. A partir desta década, o Brasil começa a experimentar músicas que fizeram sucesso nacional que não pertenciam apenas ao eixo Rio-São Paulo, abrangendo tanto a música sertaneja, a música da Bahia, rotulada como axé music e a música do norte do país, enquanto o rap, o funk e o pagode conectavam culturas periféricas do Brasil inteiro boa parte destes movimentos já registrados em livros,, algo que foi potencializado com a chegada da internet, que é o assunto da nossa aula da próxima semana.

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Uma sigla chamada MPB

Na quarta aula do curso que eu e Pérola estamos ministrando no Sesc Avenida Paulista, Bibliografia da Música Brasileira, avançamos no tempo rumo aos anos 60 e 70 para dissecar a sigla MPB a partir de obras de Zuza Homem de Mello, Nelson Motta, Santuza Cambraia Naves e Ana Maria Bahiana que estabeleceram que aquela segunda geração de bossa novistas seria o futuro da música brasileira (a partir de uma sigla criada inspirada numa expressão forjada no título de um livro de Oneyda Alvarenga e adotada pela referência ao partido de oposição da ditadura militar). Na próxima quinta-feira chegaremos ao fim do século 20 com a ascensão do rock brasileiro dos anos 80, a invenção do pagode, a história da axé music, a popularização do sertanejo e os primeiros passos do rap e do funk no Brasil.

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Estudando o samba

Na terceira aula de nosso curso Bibliografia da Música Brasileira, que aconteceu nesta quinta-feira no Sesc Avenida Paulista, eu e Pérola nos debruçamos sobre o samba, contando a história de como ele deixou de ser sinônimo de arruaça e tornou-se um dos símbolos de identidade nacional, que chega até o século 21 se transformando constantemente. A partir de obras de Lira Neto, Hermano Vianna, Muniz Sodré, Almirante e José Ramos Tinhorão, entre outros, mostramos como o gênero foi usado por questões políticas, em momentos de ditadura durante o século 20, para justificar a coesão cultural de um país continental ao mesmo tempo em que sempre se reinventou a partir de inovações sônicas e graças a algumas personalidades, que o conectaram com o resto do país. Na próxima aula falaremos sobre a sigla MPB.

Da bossa aos livros

A segunda aula de Bibliografia da Música Brasileira, curso que estou ministrando com a Pérola Mathias no Sesc Avenida, aconteceu nesta quinta-feira quando escolhemos a bossa nova como ponto de partida para falar sobre como nossa música é representada por nosso mercado editorial. Começamos pela onda do final dos anos 50 que tomou o mundo na década seguinte pois, desde sua incepção, ela inspirava não apenas a discussão sobre sua natureza como via isso traduzido em livros, a começar pelo clássico O Balanço da Bossa e Outras Bossas, de Augusto de Campos. Também mostramos como os livros acabaram, num segundo momento, colocando o baiano João Gilberto no centro deste período, algo que antes era difuso como um movimento que não era propriamente um movimento, mas que foi crucial para que pensássemos em nossa música de forma ensaística, jornalística, crítica, acadêmica e cronista, usando justamente os livros como ponto de partida. Esqueci de tirar foto, então fica aí a lombada de alguns livros que discutimos nesta aula. A próxima é sobre samba.

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Música em livros

Começamos o curso Bibliografia da Música Brasileira nesta quinta-feira no Sesc Avenida Paulista. Eu e Pérola vamos atravessar março e abril falando de livros que nos ajudam a compreender o papel da música brasileira em nossa história, mas nessa primeira aula, em vez de falarmos sobre livros e autores específicos, preferimos falar sobre como o mercado editorial brasileiro praticamente dava de ombros para esse tipo de literatura e como a partir da redemocratização esse cenário foi mudando com a publicação de vários livros que questionam a história oficial da música no Brasil ao trazer novos pontos de vistas para diferentes épocas da música no país.

Bibliografia da Música Brasileira

Fevereiro chegando ao fim e começo com as novidades de março, quando faço mais um curso no Sesc Avenida Paulista, desta vez em parceria com a minha comadre Pérola Mathias. No curso Bibliografia da Música Brasileira, apresentamos livros básicos para o entendimento da nossa história musical. Desde obras publicadas no início do século passado a livros que começaram a ser publicados no final do século 20 a partir do fim da ditadura militar que se dedicam a pesquisas mais profundas sobre a música brasileira e seus principais artistas e agentes sociais, vindas de profissionais de diferentes áreas de atuação, como jornalistas, historiadores, sociólogos e pesquisadores. São oito aulas que abordarão diferentes momentos de nossa identidade musical a partir de livros como O Samba Agora Vai… de José Ramos Tinhorão, Nada Será Como Antes de Ana Maria Bahiana, Samba – O Dono do Corpo de Muniz Sodré, Chega de Saudade de Ruy Castro, Eu Não Sou Cachorro Não de Paulo César de Araújo e Da Lama ao Caos de Lorena Calábria, entre outros. As inscrições podem ser feitas neste link.

Mudança de comportamento

Mais uma vez Rodrigo Faour deu uma aula e deu um show em sua participação no curso História Crítica da Música Brasileira neste sábado, no Sesc Pinheiros. Falou sobre as transformações no comportamento brasileiro que pautaram as mudanças em nossa música, citando danças lascivas e impróprias nos séculos 18 e 19, músicas de duplo sentido, a tendência do cancioneiro brasileiro à tragédia e à tristeza, a era de ouro da música brasileira nos anos 30, como a bossa nova tirou o ar rococó de nossas letras, a importância de Maysa e Dolores Duran como compositoras e como gays e lésbicas só começaram a ser mencionados, referidos e assumidos a partir dos anos 70, mostrando trechos de entrevistas com nomes tão diferentes quanto Manhoso, Maria Alcina e Edy Star que fez para seu canal no YouTube, além de reforçar a centralidade de Ney Matogrosso como o nome mais revolucionário de nossa música nesse aspecto. E terminou a aula prestando homenagens ao próprio Ney e à Ângela Ro Rô em performances singulares. No próximo sábado encerro mais uma edição deste curso.

Música brasileira sem mulheres?

Entre Chiquinha Gonzaga e Karina Buhr, as mulheres da música brasileira tiveram que fazer muito para conseguir ter seu espaço e voz, sempre pronto para ser tirado, tolhido ou apagado a qualquer minuto. Esse foi o tema da aula que Pérola Mathias deu neste sábado no Sesc Pinheiros, dentro do curso História Crítica da Música Brasileira que estou ministrando há quatro semanas e segue nos próximos dois sábados. E entre histórias tristes e desanimadoras envolvendo nomes consagrados como Gal Costa, Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Céu, Clementina de Jesus, Elza Soares e Elis Regina, ouvimos histórias de mulheres gigantes que até hoje são desconhecidas do público em geral, como Carolina Cardoso de Menezes, Eunice Katunda, Maria D’Apparecida e Tia Ciata e que felizmente, graças ao trabalho de tantas outras pesquisadoras, musicistas e historiadoras, seguem sendo contadas. No próximo sábado, Rodrigo Faour fala das mudanças no comportamento pautaram a música brasileira e quem foram os personagens que ousaram provocar tais transformações.

De nortista a nordestino

A primeira vez que a palavra “samba” aparece documentada na história do Brasil foi num jornal pernambucano. O primeiro cantor a mudar a forma de cantar antes mesmo da chegada do microfone não foi Mario Reis e sim o alagoano José Luis Rodrigues Calazans, o Jararaca. O grupo Oito Batutas de Pixinguinha e Donga, antes de se vestir de terno e fazer turnês internacionais, fantasiava-se de nordestinos para tocar música regional do Recife e de Salvador, bem como o primeiro grupo de Noel Rosa e Almirante. Estas foram algumas das muitas revelações que Caçapa apresentou na terceira aula do curso História Crítica da Música Brasileira, que estou ministrando aos sábados no Sesc Pinheiros. A aula desta semana foi sobre música nordestina – ou, como se referia no começo do século passado, nortista – e o professor preferiu se debruçar nas três primeiras décadas do século 20 para mostrar como esta sonoridade ajudou a consolidar a música popular como sucesso de massas e a indústria fonográfica como plataforma para esta mesma música – e porque ninguém mais fala sobre isso hoje em dia. No próximo sábado recebo Pérola Mathias para falarmos sobre a mulher na história da música brasileira. Até lá!