E a Miley Cyrus cantando “Psycho Killer”?

Miley Cyrus é uma das artistas confirmadas ao tributo que a distribuidora de cinema A24 está fazendo ao show dos Talking Heads dirigido por Jonathan Demme que foi relançado nos cinemas (norte-americanos, nada por aqui ainda) no ano passado. Everyone’s Getting Involved: A Tribute to Talking Heads’ Stop Making Sense ainda não tem data de lançamento e tirando as ótimas versões que o Paramore fez para “Burning Down the House” e que o rapper norte-americano Teezo Touchdown fez para “Making Flippy Floppy, do disco Speaking in Tongues (ouça abaixo), não sabemos quem dos convidados cantará quais músicas do grupo de Nova York. E os nomes são pesados, como Lorde, The National, The Linda Lindas, Toro y Moi, Badbadnotgood, El Mató a un Policía Motorizado, Girl in Red, entre outros. Mas Miley fez um show pra poucos no mítico Chateau Marmont, em Los Angeles, nesta quarta-feira e arriscou uma versão para “Psycho Killer” em tom country, além de letras modificadas (e ainda teve a pachorra de perguntar se eram melhores que as originais hahaha)… Saca só:  

Keith Richards tocando Velvet Underground!?

Se estivesse vivo, Lou Reed, que perdemos há pouco mais de uma década, completaria 82 anos neste sábado e a gravadora norte-americana Light in the Attic (uma das melhores do ramo, atualmente) acaba de anunciar um tributo ao bardo de Nova York. The Power of the Heart: A Tribute to Lou Reed, que será lançado dia 19 de abril, reúne fãs de todas as idades do fundador do Velvet Underground, gente como Joan Jett, Rufus Wainwright, Lucinda Williams, Angel Olsen, Rickie Lee Jones, Afghan Whigs, Rosanne Cash, entre outros. E a faixa escolhida para começar este tributo foi um dos pilares de sua discografia, “I’m Waiting for the Man”, do primeiro disco do Velvet, cantada por ninguém menos que Keith Richards, numa versão fulminante para o clássico sobre comprar drogas, veja abaixo, junto com a capa do disco e a ordem das músicas.  

E o Jorge Drexler cantando Tim Bernardes?

Entre um show em Montevidéu e Santiago, o uruguaio Jorge Drexler arrumou um tempinho para regravar “BB”, do Tim Bernardes, em português e postar em seu Instagram para convidar o público espanhol ver os shows solo que Tim está fazendo na Península Ibérica. Ficou bonito:  

E por falar em Talking Heads…

A mesma distribuidora que ressuscitou o clássico Stop Making Sense para os cinemas reuniu um monte de bambas para celebrar a importância dos Talking Heads. E o primeiro single do tributo Everyone’s Getting Involved: A Tribute to Talking Heads’ Stop Making Sense, organizado pela A24, vem também como uma boa notícia para os fãs do Paramore, que estavam temendo pela existência da banda depois que ela cancelou alguns shows (inclusive no Brasil) e apagou seus posts em suas redes sociais. O trio liderado pela vocalista Hayley Williams abre o tributo ao fazer uma versão para “Burning Down the House”, que contou com um clipe inspirado no filme de 1984 (veja abaixo), considerado o melhor show já filmado para o cinema. O disco, que ainda não tem data de lançamento definida e contará com versões feitas por Lorde, The National, Miley Cyrus, The Linda Lindas, Toro y Moi, Kevin Abstract, Badbadnotgood, Chicano Batman, El Mató a un Policía Motorizado, Girl in Red, entre outros.

Assista abaixo:

 

Roxette via Pabllo Vittar

Essa bola já estava quicando a um tempo e foi Pabllo Vittar quem a aproveitou – lançando uma versão grudenta para o hit “Listen to Your Heart”, do Roxette, rebatizado como “Pede Pra Eu Ficar”, que ganha clipe nessa sexta-feira. Ouça a versão abaixo:  

Wilco celebra David Bowie

Nesta segunda-feira, David Bowie completaria 77 anos se estivesse vivo e entre as várias celebrações a um dos papas da cultura pop contemporânea, o grupo Wilco acaba de revelar a versão que fez ao vivo para o primeiro hit do ícone inglês, “Space Oddity”. A versão é a primeira faixa revelada da coletânea Live On Mountain Stage: Outlaws and Outliers, que reúne apresentações ao vivo de diferentes artistas que passaram pelo programa Mountain Stage da emissora de rádio pública norte-americana NPR. O grupo optou por uma versão acústica da canção existencialista que Bowie lançou quando o homem pousou na Lua, em 1969, com Jeff Tweedy sussurrando a letra original enquanto a banda constrói, delicadamente, o arranjo original. A coletânea será lançada no dia 19 de abril (que já está em pré-venda) e reúne outros artistas norte-americanos como Jason Isbell, Indigo Girls, Steve Earle, Lucinda Williams, entre outros. Ouça a versão do Wilco para “Space Oddity” abaixo:  

Dinosaur Jr. e Kevin Shields do My Bloody Valentine tocando “Just Like Heaven” do Cure

Não é a primeira vez que o Kevin Shields encontra-se com J Mascis no palco – suas respectivas bandas excursionaram juntas no auge de suas carreiras e o Shields já apresentou-se algumas vezes com a banda de Mascis –, mas a aparição do líder do My Bloody Valentine no terceiro dia da residência que o Dinosaur Jr. está fazendo na casa noturna Garage em Londres tem um quê de histórico. Mesmo porque ao subir no palco com seus velhos amigos, Shields não apenas tocou uma música de sua banda (“Thorn”) e outra da banda norte-americana (“Tarpit”), como se uniram para tocar uma versão de uma banda que talvez seja o vórtice original que enviesou as duas bandas do barulho rumo à doçura, o Cure. E escolheram justo aquela “Just Like Heaven” imortalizada pelo Dino Jr. nos anos 80, uma canção tão barulhenta quanto pop, marcando a primeira vez que os dois guitar heroes tocam juntos essa música, sente só aí embaixo:  

E esse disco da Cat Power tocando Bob Dylan?

Chan Marshall começou a colocar seu tributo a Bob Dylan em movimento. Depois de alguns teasers e muita expectativa, ela finalmente lançou o disco ao vivo Cat Power Sings Dylan. The 1966 Royal Albert Hall Concert na sexta passada, repassando o repertório que o mestre tocou num clássico show que tornou-se um de seus discos piratas mais famosos (mesmo não tendo sido gravado no Royal Albert Hall londrino que o batizava e sim no Free Trade Hall de Manchester). E agora começa a apresentar-se ao vivo, primeiro em programas de TV (com nessa participação que fez no programa de Jimmy Fallon tocando nada mais nada menos que “Like A Rolling Stone”) para depois, em fevereiro do ano que vem começar a rodar com o show nos palcos do mundo. Vou fazer duas apostas: ela vem com esse show para o Brasil e em algum momento de 2024 ela dividirá o palco com o próprio Dylan.

Assista abaixo:  

E o Dylan fazendo versão pra “Dance Me to the End of Love” do Leonard Cohen?

Rolou na semana passada, mas só apareceu agora: Bob Dylan segue passeando com a turnê de seu disco mais recente, o soberbo Rough and Rowdy Ways (please com to Brasil!) e no domingo do outro fim de semana foi flagrado reverenciando outro bardo, este canadense, ao passar em sua cidade-natal. No show que fez no Salle Wilfrid-Pelletier, em Montreal, no Canadá, Dylan pinçou “Dance Me to the End of Love”, que Cohen escreveu sobre nazistas tocando música clássica ao mandar judeus para as câmaras de gás nos campos de concentração em seu álbum de 1984, Various Positions. Não é a primeira vez que Dylan faz esse tipo de homenagem nesta turnê. Só no mês de outubro, ele celebrou John Mellencamp (“Longest Days“) ao passar por Indianápolis, tocou uma (“Nadine“) do Chuck Berry quando passou por St. Louis e duas do Muddy Waters (“Every Grain of Sand” e “Forty Days and Forty Nights”) e Howlin’ Wolf (“Killing Floor“) em sua passagem por Chicago, sempre saudando mestres e compadres em suas cidades-natal. Mas essa do Cohen pegpu na veia, ouça abaixo:  

St. Vincent tocando Kate Bush

Rock and Roll Hall of Fame é uma besteira que só serve pra afagar o ego dos agraciados e alimentar a indústria ao redor deles (como a maioria dos prêmios), mas de vez em quando proporciona uns momentos fantásticos, como ver a St. Vincent tocando “Running Up That Hill” da Kate Bush – que por sua vez não compareceu para receber o prêmio, por que, né? Sente o drama: