Festa de 15 anos do Trabalho Sujo: não se fala em outra coisa

A Noise, o Camilo e o Bruno me entrevistaram sobre a festinha do sábado que, olha, não é por nada não… Mas tudo indica que vai ser sinistro.

E essa nova da Britney?

Ao contrário do abre-alas do novo disco, “Gasoline”, pinçada pelo Camilo, desequilibra pro bem.

Top 75 – 14 de março de 2011

O primeiro Top 75 com músicas de 2011 tem a capa assinada pelo mestre Camilo.

  1. Warpaint – “Undertow
  2. Akron/Family – “So It Goes
  3. Letuce – “De Mão Dada
  4. Cidadão Instigado – “Andrea Doria
  5. Rumer – “Aretha
  6. Girl Crisis – “Paranoid
  7. Fleet Foxes – “Helplessness Blues
  8. Marcelo Camelo – “Ô ô
  9. Mombojó – “Adelaide
  10. Best Coast – “Crazy for You
  11. Grenade – “Like Space Between Bricks
  12. Neon Indian – “Should Have Taken Acid From You
  13. Lissie + ?uestlove – “When I’m Alone
  14. Mayer Hawthorne – “Mr. Blue Sky
  15. Metronomy – “She Wants
  16. PS22 – “Round and Round
  17. Marcelo Camelo + Marcelo Jeneci – “Doce Solidão
  18. Britt Daniel – “Advanced Cassette
  19. Cibelle – “Sapato Azul
  20. Roberto Carlos – “E Por Isso Estou Aqui
  21. Teen Daze – “Shine On, You Crazy White Cap
  22. Star Slinger – “Mornin’
  23. Me & the Plant – “Death Cheating Tuna Cowboys
  24. Flaming Lips – “Spongebob & Patrick Confront the Psychic Wall of Energy
  25. Silver Jews – “The Wild Kindness
  26. Edward Sharpe & the Magnetic Zeros – “Home
  27. Destroyer – “Kaputt
  28. Lulina – “Se o Caso é Chorar
  29. Merry Clayton – “Gimme Shelter
  30. Mulatu Astatke – “Yegelle Tezeta
  31. Toro y Moi – “New Beat
  32. BNegão & Os Seletores de Freqüência – “Reação (Panela II)
  33. Quantic and his Combo Bárbaro – “The Dreaming Mind, Pt. 1
  34. Sharon Jones – “How Long
  35. Emicida + Mart’nália – “Quero Ver Quarta-Feira
  36. Blues Brothers + Ray Charles – “Shake Your Tail Feather
  37. Human Beinz – “Nobody But Me
  38. JC Brooks & The Uptown Soul – “I Am Trying to Break Your Heart
  39. Garotas Suecas – “Bugalu
  40. Starfucker – “Born
  41. I Blame Coco – “Quicker
  42. Juliana R. – “Dry These Tears
  43. Ke$ha + Doll & the Kicks – “Tik Tok
  44. Two Door Cinema Club – “Last Nite
  45. Strokes – “Under Cover of Darkness
  46. Gang of Four – “I Party All the Time
  47. Trashmen – “Surfin’ Bird
  48. Walverdes – “Summertime Blues
  49. Superchunk – “Learned to Surf
  50. Weezer – “Getchoo
  51. Neil Young & Crazy Horse – “Hey Hey My My (Into the Black)
  52. John Fogerty – “Bad Moon Rising
  53. Pompeya – “Power (Simple Symmetry & Lipelis Remix)
  54. Gnarls Barkley – “Crazy
  55. Radiohead – “Lotus Flower
  56. Whitest Boy Alive – “Time Bomb / Golden Cage
  57. Dr. Dog – “Today
  58. Peter Bjorn & John – “Breaker Breaker
  59. Mitzi – “All I Heard
  60. Daft Punk – “Technologic
  61. Robyn + Bloody Beetroots – “Cobrastyle
  62. Lindstrøm & Christabelle – “Baby Can’t Stop
  63. Beth Ditto – “I Wrote the Book
  64. Lykke Li – “I Follow Rivers
  65. Streets – “Trust Me
  66. Angélica – “Bye Que Bye Bye Bye
  67. Jennifer Lopez – “On the Floor
  68. Faroff – “Walrus of Choice
  69. Britney Spears – “Hold It Against Me
  70. Pulp – “Common People
  71. LCD Soundsystem – “Dance Yrself Clean
  72. Cut Copy – “Need You Now
  73. Satanique Samba Trio – “Lambada Post Mortem
  74. Mutantes – “Batmacumba
  75. Thom Yorke – “The Daily Mail

Screamadelica ao vivo no Brasil?

Falando no Camilo, ele volta ao Screamadelica, do Primal Scream, que viu ser lançado em clássica resenha da Bizz há vinte anos:

Levadas blues-soul a la Exile On A Main Street (Jimmy Miller, produtor desse clássico dos Stones, faz parte do time de Screamadelica), dub subaquático, jazz transcedental a la Sun Ra, trips PinkFloydianas, ambiências de Brian Eno, pisadas de house, beats de hip hop, coros gospel, discurso de Jesse Jackson, frases de Kraftwerk: o álbum tinha tudo isso e mais.

O texto faz parte da nova coluna que ele criou em seu blog, chamada DNA, que é uma espécie de Discoteca Básica de seu universo pop. Camilo, na minha nada humilde opinião, é um dos três nomes que mais me influenciaram como autor (os outros dois eu nunca sei quem são) e tê-lo como amigo há mais de quinze anos é prova de que ambos estamos certos em nossos rumos paralelos.

Mas loas aside, ao que tudo indica, corremos o risco de assistir ao Screamadelica ao vivo ainda este ano, no Brasil.

Será?

Dedos cruzados.

O papel do artista

“Não acho que seja fundamental, para mim o único dever do artista é fazer seu trabalho bem feito. Mas acho que eles podem apoiar causas sim, e se for a favor de uma causa legal, funciona, é ótimo. Eu mesmo já apoiei muita causa beneficente, social, ambiental. Política é beeem mais complicado aqui no Brasil. Nos Estados Unidos, eles praticamente só tem aqueles dois partidos, é algo bem definido, bem mais simples. Já aqui se você disser que apoia alguém, todo o resto se volta contra você. E aqui a gente vive essa situação bem desacreditada, né? Eu mesma não me empolguei com ninguém nessa eleição. Agora, se aparecesse um nome que eu sentisse que poderia salvar o Brasil, apoiaria totalmente, deixaria usar meu nome e tudo mais.”

Sandy, em entrevista ao Camilo.

Lost por Camilo Rocha

Não, nunca assisti sequer UM capítulo de Lost. Mas fiz um top ten que acho que tem a ver (importante ouvir na ordem!)


MFSB – “Mysteries of the World”


Whitest Boy Alive – “Island”


Fare Soldi – “Survivor”


Goldfrapp – “Alive (Tensnake Remix)”


808 State – “Pacific”


Lloyd Cole & The Commotions – “Lost Weekend”


Titãs – “Sonífera Ilha”


Nação Zumbi – “A Ilha”


Kool & The Gang – “Jungle Boogie”


Régine – “Je Survivrai”

* Camilo Rocha é um dos três principais jornalistas brasileiros que escrevem sobre música dos últimos 50 anos. Os outros dois eu nunca consigo decidir quem são.

Psy micareta

Camilo conseguiu capturar um exemplar desta espécie, um mashup ainda selvagem, correndo solto, livre e feliz pela pradaria da molambagem brasileira, o YouTube.

Temo o que pode acontecer quando este bicho for domado, maquiado, penteado, bem vestido, bem apessado, desbanguelado e virar “pessoa humana incrível” no Faustão. Pobre Brasil.

Brasília, 50 anos

Hoje minha cidade querida completa meio século e o Camilo me convidou pra falar sobre o Legião Urbana no especial que ele organizou pro Vírgula.

Se o rock dos anos 80 foi a oxigenação atrasada que nosso pop pedia desde os tempos do tropicalismo, para Brasília – e graças ao Legião Urbana – foi o momento da criação. Antes do Legião não havia nada na capital, basicamente porque Renato Russo bolou toda a história de sua carreira calcado na mitologia clássica do rock. Foi a transformação do Legião Urbana em porta-voz de uma cidade que não era vista como uma cidade que fez com que Brasília nascesse culturalmente, tanto para o resto do Brasil quanto para si mesma.

E de uma hora pra outra bandas surgiram feito mato – no final dos anos 80 eram mais de duas centenas. O Legião foi a injeção de auto-estima que fez com gerações seguintes pudessem existir – dos contemporâneos (Capital Inicial, Plebe Rude, Finnis Africae, Detrito Federal, Arte no Escuro, 5 Generais, Beta Pictoris) à safra dos anos 90 (DFC, Raimundos, Low Dream, Little Quail, Oz, Câmbio Negro, Maskavo Roots) passando pela geração Senhor F / Porão do Rock (que inclui nomes tão diferentes quanto Natiruts, Prot(o) e Móveis Coloniais de Acaju), todos foram diretamente influenciados pelo indie popular do grupo de Renato Russo. De Gabriel Thomaz ao Nego Moçambique, ninguém saiu ileso.

E posso falar: nasci em Brasília, o primeiro show que fui na vida foi o lançamento do Dois no Ginásio Nilson Nelson, fui ao fatídico show no estádio Mané Garrincha e entrevistei Renato Russo no ano em que comecei no jornalismo. Vi tudo isso acontecendo na minha frente.

Introdução ao dubstep

Outra boa dica do Camilo (que é um cara que sempre tem boas dicas, você devia saber) é o guia para entender o dubstep feito pelo Bruno Belluomini, que toca a noite dedicada ao gênero no Vegas, a Baixaria. Eu sou meio alheio ao assunto e acho que o dubstep é meio tipo o tecnobrega – o estilo musical mal começou a existir e desde o berço já tem gente soltando fogos por sua existência antes mesmo de algo florescer de verdade (tudo bem, o Burial e os remixes do Skream são bem bons, mas eu acho que o dubstep – enquanto gênero – ainda pode melhorar). Mas isso é questão de gosto, não ache que eu estou recriminando os caras, não…

Que vaceeeelo

A Prefeitura miou a festa de um ano do Vegas, que iria acontecer, além do Vegas, em quatro puteiros da Augusta simultaneamente. Na correria, colocaram as atrações no The Week, que é onde vai acontecer a acabação. A festa ia ser foda (isso porque eu já tinha desistido de ir), com Nepal, Forgotten Boys, Tim Sweeney, Primo, Bonde do Rolê, Bispo, Camilo, Lucio, Eclectic Method, Mau Mau, Zé Gonzalez, Dubstrong e outros. Tomara que continue legal, mas é muito deprê esse papo da prefeitura contra a noite de São Paulo… Avisa pros putos que noite é divisa econômica e setor de serviços, que é o futuro dessa cidade.

Update: Nem no The Week. Alguém sabe o nome e o partido do vereador que tá agitando isso? Ou da pessoa que se beneficiaria com o fracasso do Vegas?