Mockers tocando Beatles

Que show! Três quintos do Cidadão Instigado – o guitarrista Régis Damasceno, o baixista Rian Batista e o baterista Clayton Martin – respondem como Mockers nas horas vagas, um grupo dedicado a tocar apenas versões de músicas dos Beatles de 1966 em diante. Na ativa desde o ano passado, só consegui vê-los em ação nesta quinta, quando o grupo apresentou-se dentro do Toca Aí, o mesmo projeto do Sesc Pompéia que botou o Instituto tocando Pink Floyd.

Por motivo de agenda, o grupo não pode se apresentar na Choperia, onde queriam e vem acontecendo os shows do projeto (o Forgotten Boys tocou Rolling Stones semana passada, não fui, mas já já posto uns vídeos que achei no YouTube do show). Sorte nossa. O Teatro funcionou perfeitamente para o tom ao mesmo tempo austero e informal da apresentação. Ao confrontar os três músicos olhando uns para os outros (devido ao desenho do teatro, cujo palco é ladeado por duas platéias), o show ganhou uma sensação de intimismo que parecia bater de frente com o aspecto clássico do repertório – tom que era quase sempre destruído por Rian, que insistia em dirigir-se ao público em inglês, trazendo todo o humor dos Beatles para um palco estritamente psicodélico.

E como tocam esses três. Mais do que chancelar a química musical que os três já trazem do Cidadão, o show serviu como apreciação de três grandes músicos. Clayton rezou a cartilha de Ringo Starr à risca, trazendo ao palco alguns dos momentos mais brilhantes do subestimado Ringo em seu instrumento – crescido à sombra do rock paulistano influenciado pelos anos 60, Clayton deixou os trejeitos e influências de Keith Moon e Nick Manson (característicos de seu jeito de tocar) para debruçar-se sobre a técnica do baterista beatle como sua única Bíblia pessoal. Rian, mais do que quebrar o gelo com suas piadas geniais e ridículas, tratava o baixo melódico de Paul McCartney com reverência e estilo, além de garantir os vocais mais agudos sem muita preocupação. E Régis, que nasceu abençoado por um timbre de voz que quase, quase, chega ao mesmo do de John Lennon, segurava não apenas as guitarras de John e George Harrison num único instrumento, como ainda o colocava para fazer as vezes dos teclados de algumas canções.

Foi memorável. Consegui filmar quase todas as músicas da noite (com a exceção das três primeiras – “Two of Us”, “She Said She Said” e “Taxman” – e das duas últimas – “Birthday” e “Tomorrow Never Knows” com direito à citação de “Within You Without You”), mas se eu fosse você não perdia o próximo show.

Infobeatles

Charting the Beatles é um projeto do designer americano Michael Deal para transformar fatos e mitologia sobre o quarteto de Liverpool em lindos infográficos de cultura inútil. Ele iniciou a série em seu site, mas já abriu um grupo no Flickr para quem quiser entrar na brincadeira. Separei dois gráficos – um sobre as autocitações feitas pelos Beatles em suas músicas, aí em cima, e outro com as temporadas de trabalho da banda durante sua existência, embaixo.

Estes são os Mockers

E por falar no Régis, nas horas vagas do Cidadão Instigado, os três elementos acima (Régis, Clayton e Ryan, que são 3/5 da banda de Fernando Catatau), atendem como The Mockers, uma banda especializada em tocar Beatles pós-66. Eles tocam quinta que vem, dia 21, no Teatro do Sesc Pompéia, no mesmo projeto em que o Instituto tocou Pink Floyd, o Toca Aí. Nesta quinta agora, dia 14, é a vez dos Forgotten Boys tocando Rolling Stones, mas acho que eu nem vou nesse…

Se os Beatles fossem judeus

Beatles x Marvel

E essa revista que a Marvel lançou em 78 com a história dos Beatles? A Janara reuniu tudo no mesmo set do Flickr. Bem massa.

Os 100 melhores discos dos anos 00: Fleet Foxes / Danger Mouse

43) Fleet Foxes (2008)

44) Danger Mouse – Grey Album (2004)

“Hey Jude” em massa

Lembra daquela comoção que o Black Eyed Peas causou quando a Oprah inaugurou o programa dela esse ano? Agora imagina se a música fosse boa:

Lennon, Lucy e lúpus

“All the world is birthday cake/ So take a piece but not too much”

Olha esse bolo Yellow Submarine que a Carla fez

Foda, né? Vi lá na Kátia.

Os Beatles nunca acabaram

Essa já saiu há um tempo, mas ainda vale: um sujeito inventou toda uma história de realidade alternativa para justificar a existência de um “álbum perdido” dos Beatles, que teria sido gravado depois de 1970 – que é a meio que a desculpa para fazer um mashup com faixas solo dos quatro beatles. Mas se a idéia do site The Beatles Never Broke Up tem alguma simpatia, ela perde-se ao ouvir as músicas – que são meras colagens de trechos de músicas conhecidas das carreiras solo de John, Paul, George e Ringo, mas não funcionam como novas versões – apenas como colagens. Valeu a intenção, mas…