“Como um cientista maluco da música”

Foto: Roberta Martinelli

Foto: Roberta Martinelli

Mais um dia de Professor Duprat no Sesc Pompéia – depois de uma estreia empolgante, vamos ao segundo dia. E, abaixo, a matéria que o programa Metrópolis, da TV Cultura, fez em um dos ensaios do espetáculo.

Ave Rogério Duprat!

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Chegou o grande dia! Nesta quinta e sexta-feiras, estreamos o espetáculo Professor Duprat no Sesc Pompéia – o primeiro show é quinta, 6, às 21h, e o segundo na sexta, 7, às 18h. Abaixo você ouve a entrevista que eu, o Arthur Decloedt e o Charles Tixier, que assinamos a direção artística do projeto, demos para a Roberta Martinelli em seu programa Som a Pino, na terça passada.

https://soundcloud.com/trabalhosujo/som-a-pino-professor-duprat

Sobre os Coen e Lynch

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Eu e Joyce, do site Cinemascope, começamos a sessão Cine Doppelgänger na Casa Guilherme de Almeida no último mês de julho com a dobradinha de filmes O Grande Lebowski e Cidade dos Sonhos e depois da exibição dos dois filmes conversamos sobre eles e aproveitamos para falar sobre a produção dos diretores destes dois clássicos, David Lynch e os irmãos Coen. A íntegra do bate-papo foi filmada e pode ser assistida no canal do Cinemascope no YouTUbe.

O Cine Doppelgänger acontece todo terceiro sábado do mês e a próxima edição chama-se O Diabo Mora ao Lado e reúne os filmes O Bebê de Rosemary e Corra! – e as inscrições, gratuitas, podem ser feitas no site da Casa Guilherme de Almeida.

Noites Trabalho Sujo | 18.8.2018

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Uma notícia pegou a todos de surpresa no final desta semana quando descobrimos que um dos faróis da boa música apagou-se com a morte de Aretha Franklin. Mito imbatível da soul music, ela ainda era relevante mesmo tendo passado dos 70 anos de vida (quem não lembra da versão de “Rolling in the Deep”, hit da Adele, que tocamos em nossas festas?) e sua despedida funcionou como combustível para celebrarmos seu legado dançando. Por isso, chamamos a doutora em psicologia musical Flávia Durante para nos acompanhar durante um tributo dançante à maior rainha da música cantada em inglês no auditório azul de nosso instituto de pesquisas localizado no centro da maior cidade da América do Sul. Antes e depois dela, os fundadores do laboratório de transformação de frequências sonoras em boas ondas cerebrais Alexandre Matias e Luiz Pattoli conduzem a noite sempre disparando altas doses de astral aberto. No outro lado do experimento, o laboratório preto começa sob a batuta do pesquisador Carlos Costa e depois segue com as descobertas da exploradora Vanessa Gusmão, dois veteranos dos sábados no centro da cidade que ajudam a esquentar essa noite fria de inverno. A entrada no recinto é voluntária mediante a apresentação do nome através do endereço de correio eletrônico noitestrabalhosujo@gmail.com até às 18h do do dia do evento.

Noites Trabalho Sujo @ Trackers
Sábado, 18 de agosto de 2018
A partir das 23h45
No som: Alexandre Matias e Luiz Pattoli (Noites Trabalho Sujo), Carlos Costa, Vanessa Gusmão e Flávia Durante fazendo um set em homenagem à deusa Aretha Franklin
Trackers: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 30, só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com. Aniversariantes da semana não pagam para entrar (avise quando enviar o nome no email, por favor), bem como os 30 primeiros a chegar na festa.

Cine Doppelgänger: Paranoia por Dentro

18 de agosto: De Olhos Bem Fechados (1999) e Rede de Intrigas (1976)

De Olhos Bem Fechados (1999) e Rede de Intrigas (1976)

Neste sábado temos mais uma sessão do Cine Doppelgänger, que faço junto com a Joyce Pais do Cinemascope, na Casa Guilherme de Almeida: uma sessão dupla de cinema de graça seguida de um debate sobre os pontos em comum entre os dois filmes. Desta vez reunimos os filmes Rede de Intrigas, de Sidney Lumet (de 1976), e De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick (1999), dentro do tema A Paranoia por Dentro e falamos sobre teorias de conspiração descortinadas por protagonistas incautos. O primeiro filme, Rede de Intrigas, começa às 11h em ponto e o segundo, De Olhos Bem Fechados, às 14h, para que o debate comece perto das 17h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site da Casa Guilherme (e tem mais informações sobre a sessão aqui). Vamos lá?

Os 25 melhores discos brasileiros do início de 2018

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2018 tem sido um ano conturbado – mas não para a música brasileira, como dá para perceber por essa lista dos 25 melhores discos de música popular escolhida pelo júri da Associação Paulista dos Críticos de Arte, da qual faço parte ao lado de Marcelo Costa, Roberta Martinelli, Lucas Breda e José Norberto Flesch. Estes são os discos escolhidos, lançados entre o primeiro dia do ano e o último dia de junho, antecipados no blog do Pedro Antunes, do Estadão.

Almir Sater & Renato Teixeira – AR (Universal Music)
André Abujamra – Omindá (Independente)
Anelis Assumpção – Taurina (Pomm_elo / Scubidu)
Autoramas – Libido (Hearts Bleed Blue)
Ava Rocha – Trança (Circus)
Cólera – Acorde, Acorde, Acorde (EAEO Records)
Cordel do Fogo Encantado – Viagem ao Coração do Sol (Fogo Encantado)
Craca e Dani Nega – O Desmanche (Independente)
Dingo Bells – Todo Mundo Vai Mudar (Dingo Bells / Natura Musical)
Djonga – O Menino Que Queria Ser Deus (CEIA Ent.)
Elza Soares – Deus É Mulher (DeckDisc)
Erasmo Carlos – Amor É Isso (Som Livre)
Gui Amabis – Miopia (Independente)
Iza – Dona de Mim (Warner)
Jonas Sá – Puber (Selo Risco)
Juliano Gauche – Afastamento (EAEO Records)
Kassin – Relax (LAB 344)
Malu Maria – Diamantes na Pista (Independente)
Marcelo Cabral – Motor (YB Music)
Maria Beraldo – Cavala (Selo Risco)
Maurício Pereira – Outono No Sudeste
Rashid – Crise (Foco na Missão)
Romulo Fróes – O Disco das Horas (YB Music)
Silva – Brasileiro (SLAP)
Wado – Precariado (Independente)

Professor Duprat – Maestro da Invenção

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Maior satisfação anunciar meu primeiro projeto como diretor artístico, que concebi ao lado dos novos compadres Arthur Decloedt, Charles Tixier e João Bagdadi. O espetáculo Professor Duprat – Maestro da Invenção, que acontece nos dias 6 e 7 de setembro, no teatro do Sesc Pompeia, começou como a ideia de uma celebração dos 50 anos da Tropicália que fugisse do trivial. Chamei João, do selo RISCO, para me ajudar a estruturar a produção, que por sua vez chamou Arthur (do Música de Selvagem) e Charles (do Charlie e os Marretas) para fazer a direção artística. Originalmente havia pensado na recriação do disco que o maestro Rogério Duprat havia lançado naquele 1968 – A Banda Tropicalista do Duprat -, mas logo ampliamos a homenagem para além da efeméride, contemplando todo o alcance de uma obra ainda desconhecida pela maioria do público, diferente de grande parte das músicas que arranjou.

Duprat, que entrevistei para a falecida revista Bizz no segundo semestre do ano 2000 ao lado do Fernando Rosa, mexeu nas bases de canções que hoje fazem parte do imaginário brasileiro: além das tropicalistas “Domingo no Parque” e “Baby”, grande parte das músicas d’Os Mutantes e de Gilberto Gil no início de suas carreira, “Construção” de @Chico Buarque, todo Ou Não de Walter Franco, “Maria Joana” de Erasmo Carlos, todo o Tropicália ou Panis et Circencis e outras tantas. Também foi pioneiro na música eletrônica no Brasil (estudou com Karlheinz Stockhausen e John Cage e foi colega de classe de Frank Zappa), célebre na música erudita contemporânea brasileira e trabalhou com trilha sonora para o cinema, publicidade e até tradução de livros.

A banda montada para apresentação inclui, além dos diretores musicais no baixo e bateria, André Vac (do Grand Bazaar), Mariá Portugal, Rafael “Chicão” Montorfano e Maria Beraldo (do Quartabê), Filipe Nader (também do Música de Selvagem e Trupe Chá de Boldo) e o mestre Thiago França, e o espetáculo ainda conta com Curumin, Tiê, Luiza Lian, Tim Bernardes, Jonas Sá e Jaloo como intérpretes das músicas imortalizadas com arranjos do maestro, morto em 2006. Mas como um espetáculo não é só música, convidamos Gui Jesus Toledo para fazer o som, Caio Alarcon para operar o monitor, Olivia Munhoz para cuidar da direção cênica e iluminação, Gabriela Cherubini e Flávia Lobo de Felício para ficar com o figurino e Maria Cau Levy para criar a identidade visual e a Francine Ramos para a assessoria de imprensa. Abaixo, o texto que escrevemos para apresentar o espetáculo, orgulhosos que estamos da homenagem que estamos fazendo para este farol de nossa música, que muitos ainda não conhecem (mais informações aqui).

***

Há meio século o Brasil conheceu o trabalho de um compositor erudito e professor acadêmico que revolucionou a música brasileira. O maestro Rogério Duprat é mais conhecido por sua imagem iconoclasta na capa do disco-manifesto Tropicália ou Panis et Circensis, onde, entre os jovens multicoloridos Gil, Caetano, Mutantes, Tom Zé e Gal Costa, aparecia adulto e monocromático segurando um penico como se fosse uma xícara de chá. A representação – referindo-se ao mictório de Duchamp – talvez seja a melhor tradução para a colossal contribuição deste músico não apenas ao movimento tropicalista quanto à música brasileira desde sua aparição.

O espetáculo Professor Duprat – Maestro da Invenção parte desta efeméride para jogar luz na biografia musical do maestro paulista. Influente não apenas no movimento que ajudou a conceituar (a Tropicália), como na história da música brasileira, Duprat é um dos principais compositores eruditos contemporâneos brasileiros, um dos grandes nomes na música para a publicidade do país, compositor de trilhas sonora para filmes como O Anjo da Noite e Marvada Carne, pioneiro na utilização de computadores na música (há mais de 50 anos), tradutor do único livro de John Cage publicado no Brasil, aluno e colega de nomes como Karlheinz Stockhausen, Pierre Boulez, Gilberto Mendes e Frank Zappa. E, claro, arranjador e maestro de obras de diferentes artistas como Mutantes, Caetano Veloso, Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, O Terço, Nara Leão, Walter Franco, Sá, Rodrix e Guarabyra, Frenéticas, Erasmo Carlos, entre muitos outros.

A proposta da apresentação é trazer parte do repertório produzido por Duprat interpretado por artistas atuais que foram diretamente influenciados por seus feitos criativos. Concebido pelo jornalista, curador e crítico musical Alexandre Matias, do site Trabalho Sujo, com direção musical dos produtores Arthur Decloedt e Charles Tixier e produção executiva de João Bagdadi do Selo RISCO, para o palco do Teatro do Sesc Pompeia. O espetáculo costura músicas conhecidas do grande público (como”Domingo no Parque”, “Cabeça”, “Ave Lúcife”, “Construção”, Tuareg”, “2001”, “Irene”, “Não identificado”, “Índia”, “Futurível” e “Baby” entre outras) com arranjos ousados e a influência comercial e erudita de Duprat.

As canções serão apresentadas de forma não-linear e não-cronológica, ecoando diferentes épocas da biografia do maestro através de artistas como Curumin, Tiê, Jaloo, Tim Bernardes, Jonas Sá e Luiza Lian acompanhados por uma banda formada por Charles Tixier (Charlie e os Marretas), Arthur Decloedt (Música de Selvagem), Filipe Nader (Trupe Chá de Boldo), Thiago França (Metá Metá), Maria Beraldo Bastos, Mariá Portugal e Rafael “Chicão” Montorfano (Quartabê) e André Vac (Grand Bazaar).

Ficha técnica

André Vac: guitarra, violão e violino.
Arthur Decloedt: contrabaixo e MPC.
Charles Tixier: bateria, synths e MPC.
Curumin: vocal e bateria
Filipe Nader: sax alto e barítono, clarinete alto e souzafone.
Jaloo: vocal
Jonas Sá: vocal
Luiza Lian: vocal
Maria Beraldo: vocal, clarinete e clarone
Mariá Portugal: vocal, bateria e MPC
Rafael “Chicão” Montorfano: piano, synths e teclados.
Thiago França: sax tenor e flauta.
Tim Bernardes: vocal e guitarra
Tiê: vocal

Equipe:
Direção artística: Alexandre Matias, Arthur Decloedt e Charles Tixier.
Concepção e curadoria: Alexandre Matias
Direção musical: Charles Tixier e Arthur Decloedt.
Produção executiva: João Bagdadi.
Som: Gui Jesus Toledo.
Monitor: Caio Alarcon
Luz: Olivia Munhoz
Figurino: Gabriela Cherubini e Flavia Lobo de Felicio
Identidade visual: Maria Cau Levy
Assessoria de Imprensa: Francine Ramos.

SERVIÇO:
Professor Duprat – Maestro da Invenção
Dias 6 e 7 de setembro. Quinta, às 21h, e sexta, às 18h
Teatro
Ingressos: R$9 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes), R$15 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$30 (inteira).
Venda online a partir de 28 de agosto, terça-feira, às 12h.
Venda presencial nas unidades do Sesc SP a partir de 29 de agosto, quarta-feira, às 17h30.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.

Falando sobre rock

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O programa Metrópolis, da TV Cultura, me chamou para falar sobre a importância do rock em uma matéria que fizeram aproveitando a efeméride do Dia do Rock, que aconteceu na sexta passada. A matéria começa exatamente aos dois minutos do vídeo abaixo.

Noites Trabalho Sujo | 14.7.2018

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As baixas temperaturas que pairam sobre a maior cidade da América do Sul traduzem sentimentos e sensações que enclausuram seus moradores entocados para longe da rua, mas nosso experimento mensal de reverberação de energias sônicas e térmicas começa a reverter este quadro a partir deste sábado, quando o laboratório Noites Trabalho Sujo celebra a virada do eixo eletromagnético do planeta que inclina nosso hemisfério de volta para as proximidades do sol. Daí a formação completa, quando o cientista-chefe Alexandre Matias reúne seus parceiros de fricção sonora – o explorador psíquico Luiz Pattoli e o neurocirurgião pélvico Danilo Cabral – para começar a aquecer vontades e necessidades a partir da escolha de registros sonoros que mexam com memórias internas e lembranças afetivas das cobaias voluntárias para transformar estas sensações em energia positiva e contaminar essa atmosfera fria com luz e calor humanos. Logo após esta apresentação, o líder do experimento convida a antropóloga urbana Nayse Ribeiro para encerrar a parte azul do experimento, enquanto a sala escura fica à noite inteira sob o comando da dupla de desbravadores sonoros Roots Rock Revolution, quando o sociólogo sônico Fabio Smeili e o pesquisador etnográfico William Mexicano convidam os presentes a derreterem suas expectativas ao som de sequências impensáveis de frequências rítmicas, harmônicas e melódicas. A entrada no experimento está condicionada ao envio de nomes para o correio eletrônico noitestrabalhosujo@gmail.com até às 18h deste sábado, mas a primeira centena de espectadores entra gratuitamente no prédio em frente ao Largo do Paiçandu. Esperamos todos para mais uma madrugada memorável.

Noites Trabalho Sujo @ Trackers
Sabado, 14 de julho de 2018
A partir das 23h45
No som: Alexandre Matias, Luiz Pattoli e Danilo Cabral (Noites Trabalho Sujo), Fabio Smeili e Mexicano (Roots Rock Revolution) e Nayse Ribeiro
Trackers: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 30, só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com. Aniversariantes da semana não pagam para entrar (avise quando enviar o nome no email, por favor). Os cem primeiros a chegar não pagam.

Antes do Climão

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Nesta sexta, Letrux comemora o primeiro aniversário de seu disco de estreia no Cine Joia com a participação de Luedji Luna e eu discoteco antes do show. Vamos lá? Mais informações aqui.