Como foi o papo com a Karina Buhr

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Estive com a cantora nessa sexta-feira, mediando perguntas feitas por fãs no Bate-Papo do UOL – e ela ainda tocou músicas, acompanhada do trompetista Guizado e do tecladista André Lima.

Cinco anos de Queremos

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Já fazem cinco anos que meu compadre Bruno Natal, ex-sócio no saudoso OEsquema, e mais cinco amigos cariocas quebraram a cabeça para conseguir trazer para o Rio artistas gringos que vinham tocar em São Paulo. Testaram uma pré-venda diretamente com o público, dividindo os custos do evento com um grupo que chamaram – e chamam até hoje – de “empolgados” e conseguiram levar um rol de artistas de peso para o Rio, mudando o cenário da cidade e inventando um novo modelo de negócios, já que o Queremos, nome que deram para a iniciativa, está com uma série de novidades para além do formato tradicional. O aniversário já está sendo comemorado essa semana, quando fizeram o segundo show da segunda banda que trouxeram para o Rio, o Belle & Sebastian, mas o aniversário será comemorado com uma festa com show da dupla Rhye e doze DJs no dia 12 de novembro e um livro com todos os pôsteres dos shows que fizeram nestes cinco anos (que inclui gente como Thurston Moore, Yo La Tengo, Chromeo, Of Montreal, Tame Impala, Gossip, Stephen Malkmus, Breeders, Xx, Cut Copy, De La Soul, LCD Soundsystem, National, Primal Scream, Metronomy, Warpaint, Rapture, Franz Ferdinand, entre outros). O livro e os ingressos para a festa podem ser comprados no site do Queremos – e eu conversei com o Bruno sobre este aniversário e outras que ele anda armando lá no Rio, inclusive como anda o URBe depois do fim dOEsquema.

Vocês imaginavam que o Queremos duraria tanto?
Quando a gente fez o primeiro show, a ideia era mesmo fazer aquele show, sem saber que bicho ia dar, então acho que não tinha essa pretensão. A partir do segundo já foi diferente, pois gostamos do resultado e queríamos fazer mais e mais shows, por consequência já imaginando que isso duraria um tempo sim.

O que mudou de cinco anos pra cá?
Tudo! E nada! Hahaha! Mudou a cena do Rio, completamente. Hoje em dia quase todo show vem pra cá, alguns inclusive sem ser pelo Queremos!, o que é ótimo. Mudou muito o mercado de forma geral, com shows se tornando cada vez mais importante nas finanças de um artista, o que valoriza ainda mais o espetáculo. No caso do Queremos! especificamente, mudou bastante. O projeto tornou-se uma empresa, com funcionários além de nós cinco, expandiu fronteiras e hoje opera nos EUA como WeDemand – e globalmente, já tendo realizado shows também no Canadá, Alemanha, Argentina, Chile…. Em termos de formato, o crowdfunding foi dando vez aos pedidos dos fãs por shows através da plataforma. Produzindo muito mais shows e tendo muito mais gente querendo coisas diferentes, hoje a questão é muito mais saber o que vai virar do que levantar o dinheiro antes – embora essa ainda seja a questão as vezes, ou uma combinação dessas duas coisas. Isso ampliou os horizontes do Queremos! e do WeDemand em termos de curadoria e negócios.

E a idéia de fazer o Queremos internamente no Brasil, como anda?
Tem rolado bem. Vários artistas já utilizaram a plataforma pra realizar shows fora de suas cidades. Clarice Falcão, Cícero e Mombojó são alguns deles. Também fizemos shows com o Nouvelle Vague em Fortaleza apenas porque foi possível realizar dentro da proposta da plataforma.

Fala um pouco de como anda o projeto nos EUA?
Buscar espaço com uma proposta disruptiva no principal mercado de entretenimento do mundo não é moleza. O processo é lento, mas temos começado a colher resultados interessantes. Aos poucos os empresários, agentes e produtores vão entendo as vantagens de se trabalhar em cima de informações precisas no lugar de suposições na hora de marcar shows e assim temos trabalhado com artistas maiores, como Trey Songz, e tbm com muitas estrelas do YouTube, como Jack & Jack e Cimorelli.

E o Urbe, como anda? O fato do Globo ter extinto o Transcultura, que você era um dos responsáveis, muda sua abordagem no blog?
2015 foi um ano turbulento para mim no âmbito pessoal, com muitas mudanças. Duas delas foram o fim do portal OEsquema, onde o URBe estava hospeado, após 8 anos, a outra foi o fim da coluna. De volta numa url individual, o URBe passou a demandar mais tempo, que a princípio eu não vinha tendo. Com o fim da coluna, o blog voltou a ter uma importância maior me termos de servir como minha central de ideias e por isso estou retomando o ritmo normal. Ainda não voltei com os textos mais longos, mas em 2016 eles vem.

E o que você tem achado da atual cena carioca? Quem são os nomes da cena que ainda vão aparecer?
Está borbulhando. Tem muita coisa que não é exatamente do meu gosto pessoal, mas é muito legal ver cenas como da Audio Rebel – por onde passam nomes como Ava Rocha, Cadu Tenorio e tantos outros – se firmando. Tem muita banda nova, mas me parece que está tudo ainda muito desconectado. Isso deve mudar em breve, o que vai certamente trazer luz a algo que rapidamente será batizado como algum movimento pela mídia e gerará a usual polêmica e desgaste. Aquela roda de sempre. Mas pra mim, prova de quem tem algo se materializando é que cada vez mais tenho visto artistas de ondas bem diferentes frequentando os eventos um dos outros. Isso é bem legal e pode ser uma marca do que está por vir. Tem uma galera que já está saindo do Rio até, Omulu, Letuce, Leo Justi, Diogo Strausz, Alice Caymmi, Dônica, Ava, Lila, Negro Leo, Séculos Apaixonados, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado em carreira solo… Tem muita coisa rolando e se expandindo.

Um papo com a Karina Buhr

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Sou o mediador de um bate-papo online que acontece com a Karina Buhr no UOL a partir das 16h, que também deve tocar músicas de seu novo disco, o incendiário Selvática, e rede perguntas do público através deste link.

When in Rock in Rio… Que crise?

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Conversei com a principal executiva do festival, Roberta Medina, em entrevista para o UOL – e ela me explicou porque a crise não afetou o evento.

BNegão: Música e política ao mesmo tempo

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Conversei com o BNegão e dois de seus Seletores de Frequência no Bate Papo do UOL e linkei o vídeo lá no blog que eu tenho no portal – e aí embaixo.

A antologia da contracultura, por Fabio Massari

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Foi daquelas situações em que demora pra ficha cair. O antigo ídolo e hoje broder Fabio Massari me chamou pra almoçar porque queria falar comigo sobre trabalho e no meio do almoço – uma moqueca daquelas – ele lança a bomba: queria que eu traduzisse uma antologia de entrevistas feitas pelo V. Vale, criador do clássico zine californiano Search & Destroy, responsável por nutrir o punk americano da costa oeste na virada dos anos 70 para os 80, que na década seguinte se transformaria na revista RE/Search. O convite já foi aceito antes mesmo de eu saber que as entrevistas incluíam nomes de ícones da contracultura anglofônica como Timothy Leary, William Burroughs, Devo, Patti Smith, John Waters, Ballard, Jello Biafra, o casal Lux Interior e Poison Ivy dos Cramps, Lydia Lunch e os Throbbing Gristle, entre outros.

Maior responsa! Mas taí o livro à venda, pela grande Ideal Edições (acompanhe essa editora), e ele foi batizado com o singelo título de Alguém Come Centopeias Gigantes?, tirado da entrevista do velho Bill. Bati um papo rápido com o Massari sobre o livro, o terceiro de sua coleção Mondo Massari.

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Como foi o seu primeiro contato com a Search & Destroy ou RE/Search?
O primeiro contato se deu por conta das pesquisas dedicadas ao punk rock – antes mesmo de conseguir umas cópias originais de S&D, antes também dos reprints, já tinha ouvido falar muito do Vale e da sua missão. Sempre tive muito interesse nessas empreitadas editoriais heróicas, de corte fanzinesco…Essas publicações sempre tiveram a cara do dono: Bomp, Slash, Sniffin Glue e muitas outras e, claro, Search & Destroy. Mas comecei mesmo pelos livrões clássicos da editora Research.

E como conheceu o Vale? Quando o conheceu já pensava em editar uma antologia brasileira?
Conheci o Vale no começo de 2014 e de cara saímos falando de uma coletânea para o Brasil – projeto inédito na história da editora. Acho que de alguma maneira sempre quis fazer algo com a RE/Search, era um projeto que estava esperando a hora certa pra acontecer.

Qual entrevista doeu ficar de fora da antologia?
De cara posso dizer que as que eu queria mesmo estão no livro. Mas tem tanta coisa …Por exemplo, do período Search & Destroy tem uma do Iggy Pop que é absolutamente insana – mas eu não queria enlouquecer ainda mais o tradutor! (tks bro). A banda inglesa Cabaret Voltaire quase entrou; e os dois volumes da RE/Search dedicados aos Zines trazem material realmente surpreendente.

E o Mondo Massari? Fala um pouco sobre a coleção. Algum lançamento à vista?
A ideia é lançar tanto títulos meus quanto de outros autores, dentro desse amplo e caleidoscópio espectro mondomassariano. A experiencia HQ do Malcolm foi bem legal. Tenho uns projetinhos pessoais em estágio lento de desenvolvimento. E gostaria de ter algo de ficção no selo – podia ser algo estranho, transrealista esquema Rudy Rucker ou…um livro tipo o Favelost do Fausto Fawcett, esse era um que eu gostaria de ter na etiqueta.

No coração da pirataria

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Fui convidado pela editora Intrínseca para entrevistar o norte-americano Stephen Witt sobre seu primeiro livro, o ótimo Como a Música Ficou Grátis, que mostra como a internet mudou a indústria do disco e ainda vai influenciar bastante nosso comportamento.

Uma mudança sem volta
Stephen Witt, autor de Como a música ficou grátis, explica como o digital mudará ainda mais nossa relação com a cultura

Um alemão e dois norte-americanos funcionam como os principais personagens do primeiro livro do jornalista Stephen Witt, Como a música ficou grátis: O fim de uma indústria, a virada do século e o paciente zero da pirataria. A obra acompanha a trajetória de três sujeitos completamente diferentes: o cientista Karlheinz Brandenburg, o operário Dell Glover e o executivo Doug Morris.

O primeiro passa mais de uma década debruçado na possibilidade de reduzir o tamanho de ondas sonoras para o formato digital, sofrendo cobranças e derrotas ao tentar transformar o MP3, um formato de áudio desenvolvido por um instituto de pesquisas governamental, em algo que possa ser explorado comercialmente. O segundo trabalha em uma fábrica de CDs da PolyGram, no estado norte-americano da Carolina do Norte, empacotando produtos que serão lançados semanas depois de passar por suas mãos. O terceiro começa a ascender profissionalmente quando entende que os álbuns mais vendidos não são necessariamente os melhores, e se torna um dos maiores executivos que a indústria fonográfica já viu.

São três biografias que se misturam à medida em que a web e a banda larga se popularizam, no final do século passado, e, como anuncia a contracapa do livro, quando uma geração inteira passa a cometer o mesmo crime: baixar músicas de graça da internet. As mudanças transformam Brandenburg em um visionário e Morris em um pária dos negócios. Mas talvez a história mais intrigante narrada por Witt seja a de Glover, a quem se refere como “paciente zero da pirataria” — o primeiro sujeito a fazer os álbuns aparecerem on-line antes mesmo de chegarem às lojas, matando o CD e dando início à revolução digital.

Como a música ficou grátis é um raio X de uma era crucial não apenas na transformação (ainda em curso) da indústria fonográfica, mas também para entendermos outras mudanças (e polêmicas) causadas pela vida digital em áreas que não têm nada a ver com música — como o aplicativo Uber em contraponto à profissão de taxista, o serviço Netflix comparado à televisão tradicional ou o programa de troca de mensagens instantâneas WhatsApp como alternativa às operadoras de telefonia. Ao focar nos três personagens escolhidos, Witt vai além da invenção do Napster ou do processo contra os hackers do The Pirate Bay para mostrar que essas transformações, na verdade, podem acontecer no coração da própria indústria. Conversei com o autor pelo telefone.

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Karlheinz Brandenburg

No seu livro você conta a história de três figuras incríveis que não conhecíamos tão profundamente até a publicação. Qual delas você considera a mais importante?
Witt – A história de Dell Glover, que durante sete anos trabalhou em uma fábrica de CDs e vazou dois mil discos na internet, é incrível. Como ele trabalhava na linha de produção e tinha acesso a CDs às vezes meses antes do lançamento, ele acabou se tornando o ponto de origem de literalmente centenas de milhões de arquivos de MP3 que enchiam iPods por todo o planeta. Se os leitores têm alguns MP3 em seus computadores que eles não sabem de onde vêm, é provável que tenham saído dos vazamentos que Dell realizou no início da década passada. Ele é um cara fascinante, uma das melhores pessoas que eu conheço — e ninguém sabia de sua história.

Dell não estava sozinho nessa rede.
Witt – Sim, como digo no livro, era uma conspiração: havia caras no Japão que conseguiam CDs que eram lançados lá semanas antes do resto do mundo. Havia jornalistas britânicos que recebiam CDs antes do lançamento para escrever resenhas e acabavam vazando esse conteúdo on-line. Apresentadores de rádio, DJs. Havia caras na Itália que lidavam com a parte promocional na Europa… Era literalmente global.
E isso não acontecia só na música, mas também em outras áreas. Havia caras que entravam nos cinemas com filmadoras ou que conseguiam as cópias dos filmes destinadas aos jurados do Oscar. Tinha os que craqueavam DVDs e videogames e gente que trabalhava em emissoras de TV a cabo, que disponibilizavam, programas de TV on-line gratuitamente. Esse movimento se autodenominava The Scene (A Cena) e dispunha de pessoas espalhadas por todo o mundo, lidando com todo tipo de mídia.

É interessante notar como a internet nunca foi vista como uma ameaça pela indústria dos CDs.
Witt – A indústria andava bem preocupada com o gravador de compact discs porque sempre se preocupou com pirataria. Mas eles estavam tão focados nos gravadores que deixaram o MP3 passar. Se você for ler sobre quais eram os riscos que esses negócios temiam no final dos anos 90, vai ver que eles constantemente estavam preocupados com o gravador de CDs e nem sequer mencionavam o MP3. É porque isso já havia acontecido antes, nos anos 80, com o lançamento dos gravadores de fitas cassete com duplo deck, que permitiam às pessoas fazer quantas cópias quisessem. Aquilo afetou os lucros como eles achavam que o gravador de CDs fosse afetar.

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Dell Glover

Essa falta de percepção mudou completamente o mercado a ponto de tornar as grandes gravadoras obsoletas — pelo menos como as conhecíamos. Mas elas ainda são uma parte importante do mercado, diferentemente do que ouvíamos falar há dez anos, que a internet mataria a música…
Witt – Hoje em dia é muito mais fácil você trabalhar com música sem ter que se envolver com uma grande gravadora. Mas o lado ruim é que tem cada vez mais gente se lançando, são dezenas de milhares de álbuns novos todos os anos e eu nem sei por onde começar. O que a gravadora fazia, historicamente, era ter alguém que cuidava da direção artística, o cara de A&R (artistas e repertório), que funcionava como um filtro. Era um sistema muito corrupto, sei que não era o melhor cenário, mas era assim que eles faziam.
Agora é muito mais difícil conseguir se fazer ouvir no meio de tanto ruído, mesmo que seu trabalho seja incrível. Além disso, as gravadoras contam com marketing, publicidade, distribuição, desenvolvimento de carreira… Coisas que os artistas ainda querem. Consigo pensar em pouquíssimos artistas que realmente dispensam esse tipo de trabalho.

A internet acabou sendo uma desculpa perfeita para um modelo de negócios que vivia uma bolha financeira que inevitavelmente estouraria…
Witt – Olha só o que acontecia: por um bom tempo, eles vendiam álbuns ou compact discs com uma margem de lucro enorme. Nos Estados Unidos, um CD que era vendido por cerca de 14 ou 15 dólares custava 1 ou 2 dólares para ser produzido. E muitas dessas empresas eram movidas por artistas de um hit só, que tocavam muitas vezes no rádio. Dessa forma, as pessoas gastavam 14 ou 15 dólares em um disco que tinha uma ou duas músicas que elas realmente queriam ouvir. E as outras faixas nem eram ouvidas.
A mudança para o digital significou o fim dessa lógica. Se um artista só tinha um hit, você não precisava comprar o disco inteiro, e foi isso que matou o negócio. Na era do streaming, as pessoas pagam exatamente pelo que ouvem, e nada mais. Do ponto de vista do ouvinte é ótimo, é um bom negócio. Do ponto de vista da indústria é péssimo, porque todas aquelas músicas ruins que estavam sendo vendidas quase como lucro não serão tocadas nem farão dinheiro. Não há mais como disfarça-la.

A tecnologia também permitiu que mais gente conseguisse gravar com um padrão de qualidade antes restrito a poucos agentes da indústria fonográfica.
Witt – Sim. Se você olhar para sites como Soundcloud ou Mixcloud, a maioria dos artistas que estão hospedados ali é de amadores. Gente que ama música e que coloca suas faixas ali. Claro que alguns estão tentando fazer carreira como DJ, mas a maioria está lá apenas pela diversão. E como você disse, antigamente era preciso um estúdio grande e caro para conseguir boas gravações, mas agora é possível recriar toda essa tecnologia num laptop. Você baixa, sei lá, uma versão pirata do programa Live Ableton e dispõe da mesma tecnologia de ponta que um produtor classe A. É muito mais fácil, é realmente a democratização da cultura.

E o que você acha que aconteceu com a produção musical após essa mudança?
Witt – Acho que duas coisas estão acontecendo. Em termos de produção nós estamos em um estágio revolucionário. Há pessoas que estão fazendo coisas com áudio que não eram possíveis anteriormente e há muita gente experimentando, o que acho ótimo, é muito inventivo do ponto de vista sônico. O lado humano, por outro lado, se tornou completamente comercial, ninguém mais corre riscos artísticos, como os que Bob Dylan ou, do ponto de vista de vocês, brasileiros, Caetano Veloso, costumava correr. Não há mais ninguém assim atualmente. Talvez você tenha um Kanye West, mas ele não está correndo os mesmos riscos. Por isso a mensagem se tornou totalmente comercial e muito uniforme, a ponto de ser entediante. Então, ao mesmo tempo, estamos numa época sonicamente brilhante, e do ponto de vista lírico, bem rala.

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Doug Morris

Falamos hoje muito sobre a “revolução” da internet, mas toda a história da indústria fonográfica é composta por tecnologias que foram tão revolucionárias em seu tempo quanto a internet é hoje — pelo menos em relação à música.
Witt – Você está coberto de razão. Imagine ouvir o som gravado pela primeira vez — foi ainda mais revolucionário. Isso só aconteceu no começo do século XX. Minha geração já passou por quatro mudanças de formato: vinil para CD, CD para MP3 e agora MP3 para streaming. Cada uma dessas mudanças mexe não só na forma como as pessoas consomem a música, mas também na forma como a produzem.
Eu concordo que atualmente, principalmente agora, passados 15, 20 anos desde que começamos a usar a internet, as pessoas comecem a ter (não sei se é um movimento reacionário) uma espécie de ressaca. Houve essa abordagem “revolucionária”, que as pessoas compraram quando ouviram dizer que a rede mudaria suas vidas — o que realmente aconteceu. Agora tem muita gente se perguntando se valeu à pena. As pessoas estão começando a se sentir oprimidas pela internet e a música é uma das áreas em que vemos isso acontecendo.
Mas acho que é parte da história da tecnologia da gravação de áudio. Ela só tem cem anos e já passou por mudanças radicais. Acredito que os formatos estejam evoluindo para outra coisa, bem diferente de um suporte de armazenamento físico que você vai lá e compra. Não seriam nem algo que você possa possuir. É como se fossem uma utilidade, algo que você paga pela utilização, mais ou menos como a energia elétrica.

Leia um trecho de Como a música ficou grátis: O fim de uma indústria, a virada do século e o paciente zero da pirataria.

Um papo com Ricardo Alexandre

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Aproveitei o lançamento do documentário sobre o Banguela para continuar a conversa com o diretor do filme, meu amigo Ricardo Alexandre, lá no meu blog do UOL.

Sobre crítica musical e jornalismo cultural

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Fui convidado para entrevistar o Otto no Seminário sobre Jornalismo Cultural que o Espaço Cult realiza desde ontem. Falamos sobre crítica musical numa entrevista em que convido os alunos a entrevistar comigo o percussionista pernambucano num evento que ainda teve participações do Marcos Augusto Gonçalves (o editor do caderno Ilustríssima), o Otavio Frias Filho (diretor de redação da Folha de S. Paulo), o Wellington Andrade (professor da Cásper Líbero), a Raquel Cozer (repórter que cobre literatura na Ilustrada), Isabela Boscov (crítica de cinema da Veja) e Giselle Beiguelman (editora-chefe da revista Select). O papo com o Otto começa às 14h30 e vai até às 16h. Mais informações no site do Espaço Cult.

Guilherme Fontes explica o que aconteceu com seu Chatô

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Entrevistei o Guilherme Fontes no ano passado pra capa da última Trip do ano passado e só agora, com o súbito lançamento do trailer do tão aguardado Chatô, que a revista disponibiliza a íntegra da entrevista em seu site. Dá pra ler a entrevista aqui:

E depois de ver o trailer dá pra entender perfeitamente o elogio que Cacá Diegues fez ao filme, segundo Fontes: “o último filme tropicalista do cinema brasileiro”.