Ralice…

, por Alexandre Matias

E Alice é pior – e melhor – do que eu esperava. Consegue mostrar que Tim Burton, quando quer, não fala nada com nada, passa o filme inteiro delirando na possibilidade vazia de um diretor de arte assumir a direção de um filme. Visualmente Alice é lindaço, delírio psicodélico vitoriano detalhista, quase artesanato digital. Mas cadê a história? Em vez de nos importarmos com os personagens e com o que acontece com eles, tem-se a sensação de estar num parque temático sobre Alice no País das Maravilhas – e na versão Disney, só que humanizada. Se na Fábrica de Chocolates Burton já tinha exagerado no açúcar ao misturar sua história com a do filme, em Alice dá pra sentir a gana do merchandising em cada flor falante, em cada bicho colorido que aparece do nada. Pelo menos a minha queria Mia Wasikowska não compromete, como eu havia lido por aí.

Mas vou falar melhor do filme depois, estou terminando de ler algo que tem a ver com o assunto do filme e achei melhor falar dos dois ao mesmo tempo. Em breve…

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