Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Kanye West = Carlton Banks

Nem gay, nem maluco…

Kanye West é só um almofadinha pagando de cool.

Vocês lembram do Carlton…

Ele também me lembra o Don Simmons, do Amazonas na Lua:

O Kanye West é gay?

Ou é só maluco? O cara deu uma entrevista para a Details e, putz, melhor separar uns trechos:

“First beat I did,” he recalls, “was in seventh grade, on my computer. I got into doing beats for the video games I used to try to make. My game was very sexual. The main character was, like, a giant penis. It was like Mario Brothers, but the ghosts were, like, vaginas. Mind you, I’m 12 years old, and this is stuff 30-year-olds are programming. You’d have to draw in and program every little step—it literally took me all night to do a step, ‘cause the penis, y’know, had little feet and eyes.”

?!?!?!?!??!?!?!?!?!?!?!?!?!

For example, I ask about his infamous “I am the voice of this generation” quote: “If not me, then who?” he says. “Someone could be a better rapper, dance better. But culturally impacting? When you look back at these four and a half years, who’s the icon at the end of the day? Who broke down color barriers? What other black guy would a white person use as a fashion reference?

Ma-lu-co. Aí entra a parte em que ele escorrega fingindo não escorregar:

“I want some flower arrangements,” he tells a woman at the other end of the line. “One on top of the kitchen thing, one sitting in the living room, in the bedroom, and both the bathrooms. Flowers that match themselves, so that it’s just one idea in the pot. So either all white—I love cherry blossoms, I love roses—or just a shitload of peach roses so close to each other that you just see the buds. . . . And I want the pots to be very minimal, fit the vibe of the crib. . . . Frosted glass. Or a lacquer, or a matte lacquer, or stone.”

Once off the phone, West takes care to specify that the woman given the task of realizing his hyperspecific horticultural vision is not his interior designer and not his gofer—but rather his apartment manager. “Titles are very important. I like to embody titles, y’know, or words that have negative connotations, and explain why that’s good,” he says. “Take the word gay—like, in hip-hop, that’s a negative thing, right? But in the past two, three years, all the gay people I’ve encountered have been, like, really, really, extremely dope. Y’know, I haven’t, like, gone to a gay bar, nor do I ever plan to. But where I would talk to a gay person—the conversation would be mostly around, like, art or design—it’d be really dope. From a design standpoint, kids’ll say, ‘Dude, those pants are gay.’ But if it’s, like, good, good, good fashion-level, design-level stuff, where it’s on a higher level than the average commercial design stuff, it’s, like, gay people that do that. I think that should be said as a compliment. Like, ‘Dude, that’s so good it’s almost . . . gay.'”

Tudo bem, o homossexualismo ainda é um tabu – e grande – no hip hop, mas porque o cara não escancara? Ou por que ele fica tão cheio de dedos pra falar sobre isso? “Eu não fui a um bar gay”, que papo é esse… Só se encontra gay em bar gay?

Mas pra mim, ele não é nem gay nem maluco, o papo do Kanye é outro…

The Big Picture

Outra imagem pra clicar e ver ampliada: é o mapa da Goon City, uma cidade desenhada na proporção isométrica num projeto do designer Ryan Allen e do povo do fórum Something Awful para salvar a essência da pixel art. Mas melhor do que ampliar a imagem acima é entrar no saite criado para hospedar a cidade virtual e navegar por seus milhões de detalhes. No meio dá pra encontrar a família Dinossauro, fases do Super Mario, um tabuleiro de xadrez humano, o comissário Gordon chamando o Batman, um boquete, o jipe dos Thundercats, Godzilla, a caixa forte do Tio Patinhas, a DeLorean de Marty McFly, Hunter Thompson, a torre Eiffel, um tabuleiro de Banco Imobiliário, o Campo Minado, um show do Rick Astley – e outro do Daft Punk -, King Kong, uma Apple Store, o tabuleiro de Tron, uma filial da Dundler Mifflin, um complexo militar, a mulher de 20 pés, naves do Guerra nas Estrelas, uma pirâmide, um concurso de sósias do Wally, uma casa sitiada pela Swat, um cubo mágico, o grupo vocal do Homer cantando em cima do bar do Moe, a nave do Wall-E, um parque temático Doom, o Tick, Wolverine, um disco voador, a fortaleza da solidão, a Estrela da Morte transformada em cassino, Space Invaders, o Castelo de Greyskull, Pac Man, Muppets, os Beatles, a casa da Família Adams, South Park e Planet Express. Para entrar na Goon City, clique aqui.

E falando em black music…

O Rafa descolou essa ótima árvore genealógica da cena black brasileira dos anos 70 feita pela excelente revista Wax Poetics. Clica na imagem pra vê-la inteira.

Talkin'bout Tim Maia

Muita gente conhece o Tim Maia cantando em inglês graças ao These Are The Songs, lançado em 2001, mas poucos ouviram falar no formidável disco homônimo que o papa da black music brasileira lançou em 1978 – muito pelo fato do disco ter sido lançado pela gravadora do próprio Tim Maia, Seroma, por onde ele lançou seus discos da fase Racional. Mas sem a clientela à disposição para fazer o disco ser vendido na época e sem o aspecto místico-freak que fez a fase racional ser redescoberta décadas depois, Tim Maia 1978 é fácil um dos melhores discos do síndico – e talvez seja o disco em que ele mais se entrega a um de seus maiores amores, a soul music. Dá pra baixar o disco inteiro aqui e aí embaixo eu deixo um aperitivo.


Tim Maia – “With No One Else Around

"Solto a vooooooooooooooooooooooooooooooz nas estraaaaaaada…"

Ou seria “sultfãvaznajistraaaaaaaaaadvaaaas!”? Enfim, ainda na linha das versões improváveis, que tal Björk cantando Milton pra fechar a noite?

Depois dessa, desligo aqui. Hasta!


Björk – “Travessia

E cabe a pergunta: Mallu Magalhães já descobriu a Björk? Não tou falando de ouvir, é bem capaz de ela já ter ouvido… Tou falando de “descobrir”, “entender”, “sacar”… Sacou?

4:20

Isso não é um pedido…

Bão, hein? É a capa de um pirata do Tim que foi lançado na Europa só com 250 cópias, mas daria uma bela camiseta ou adesivo. Danilo, ainda sem blog, quem deu a deixa.

Todos os sussurros de Lost



O saite Lost Spoilers escaneou três páginas da revista dedicada à série em que são compilados todos os sussurros ouvidos em todas as temporadas. Rola uma teoria que os sussurros são ouvidos quando duas linhas do tempo se encontram – graças aos paradoxos temporais que estão rolando por conta das viagens no tempo que a ilha se meteu. Pra quem não lê em inglês, o blog Teorias Lost tem a tradução aqui.

Cover de capa

E esse blog em que o autor pede para desenhistas recriarem, a seu modo, capas clássicas de quadrinhos? Muito fera.