Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

The Subconscious Art of Graffiti Removal

Falando no McCormick, vale rever seu curta The Subconscious Art of Graffiti Removal, em que ele compara o esforço de moradores e donos de estabelecimentos em apagar pichações (grafitti, em inglês, se refere tanto a pichações quanto ao grafitti tradicional – você sabia que essa separação, entre grafitti bom e mau?) a uma variação inconsciente de arte moderna, descendente direta do expressionismo abstrato, construtivismo russo e minimalismo. Genial.

O primeiro filme de George Lucas

O site Movietome desenterrou Freiheit, o primeiro filme de George Lucas, ainda estudante de cinema na Califórnia. O filme, er, tem cara de filme de estudante de cinema, tem um tantinho a ver com sua filmografia (“Freiheit” é “liberdade” em alemão e conta a história de um estudante fugindo da Alemanha Oriental), mas vale mais como relíquia do passado do diretor (que assinava apenas “Lucas” – que metido) do que como cinema propriamente dito.

Somedays Are Better Than Others, o longa de estréia de Matt McCormick

O diretor de clipes Matt McCormick estréia na direção com o emotivo Somedays Are Better than Others, com elenco encabeçado pela Carrie Brownstein, que era do Sleater-Kinney e pelo James Mercer do Shins. O trailer tá aí em cima.

A Nação Zumbi e baixar música da internet


Foto: Info

Logo que postei a entrevista que o Zero Quatro deu à Ilustrada na semana passada, o Dafne veio me avisar que a Nação Zumbi estava se alinhando ao pensamento do líder do Mundo Livre, que declarou estar com saudades dos tempos em que as gravadoras davam as cartas no mercado de música (o que tem lhe rendido o apelido online de “Lily Allen brasileira”, devido aos recentes pitis da ex-musa do MySpace em relação à troca de arquivos na internet). No show de 15 anos do Da Lama ao Caos, que aconteceu sexta passada em São Paulo, Jorge du Peixe foi ao microfone reclamar do uso da internet para baixar gratuitamente músicas que, noutros tempos, eram pagas (e não era a primeira vez – o Bruno lembrou que o guitarrista da Nação, Lucio Maia, já tinha bradado esse discurso em outra situação). “Tem o virtual, mas precisa do real e o real está aqui”. Mas antes que venhamos tachar o mangue beat de reacionário, vale ler a entrevista que a Info fez com o Dengue, baixista da Nação, que jogou panos quentes na polêmica antes de ela descer a ladeira, afirmando que o que foi dito no show tinha muito do calor da hora:

Não se sente prejudicado por pessoas que baixaram seu último disco?
Não, de forma alguma. Nunca ligamos muito para isso. Antes baixem e divulguem do que nada. Não vão comprar mesmo (risos). É legal baixar. Estava aqui em casa agora e minha esposa disse que queria ouvir uma música do Smashing Pumpkins, ‘1979’. Fui no YouTube, vi o clipe e depois baixei o disco. Esse disco é ótimo, uma hora vou comprá-lo.

E as pessoas que só baixam e não compram?
Hoje, acho que as pessoas não baixam tantas músicas quanto um ou dois anos atrás. Teve esse boom, essa euforia do “pode tudo”, do “eu posso baixar tudo não vou pagar nada”, e depois veio a consciência, a ressaca da internet. Hoje, acho que estamos vivendo a ressaca da internet. Todo mundo baixou tanta coisa, vulgarizou tanto, que agora a galera está voltando a comprar discos. O vinil está sendo endeusado de novo. As pessoas estão comprando. É claro que tem a galera que não está nem aí para nada, acha vinil “massa”, mas não compra nenhum. A internet é uma ferramenta, não pode ser usada como um estilo de vida. Tem que ser usada para facilitar a vida. À medida que ela complica, sua consciência volta ao estado normal.

A íntegra da entrevista está aqui.

4:20

L’Imperial Gainsbourg

O Danilo e o Marcio compilaram as versões originais das faixas apresentadas no espetáculo Gainsbourg Imperial. Só não acharam “Les Chemins du Katmandu” e “Insoluble”. Se alguém achar, dizaê.

A volta dos Midnight Juggernauts

O trio australiano, dono de um dos melhores discos de 2007 (o épico retrô Dystopia), aos poucos está voltando à ativa e manda notícias com a primeira faixa de seu próximo álbum, ainda sem título. Apesar do ritmo central martelado pelo baterista Daniel Stricker de “This New Technology” ser tenso – embora mais acelerado – como o do disco de estréia do trio, o vocal do tecladista Vincent Vendetta chega ao refrão cantarolando, longe do clima de alerta e pregação que acompanhava os hits do grupo. Mas tanto na curta introdução, como no refrão (quase) ensolarado e num final bucólico e pastoril, parece que os Juggernauts estão lentamente saindo de sua paisagem sintética e apocalíptica rumo à psicodelia. Será?


Midnight Juggernauts – “This New Technology

TV Serge Gainsbourg – Parte 2

Ao contrário de toda sua geração do início dos anos 60, que teve uma reação contrária à chegada do rock inglês e americano à França, Serge Gainsbourg se interessou pela novidade. A princípio a usava quase como paródia, tocando o novo som como se fosse uma variação elétrica de um ritmo caribenho ou africano, como uma espécie de exotismo tribal. E aos poucos foi percebendo que o rock permitia o uso de ruídos, trocadilhos e aliterações que tornavam sua poesia ainda mais melódica. Nas faixas abaixo ele aos poucos vai reconhecendo a influência daquela música estrangeira e percebendo que em vez de tomar o espaço da música francesa, ela poderia ser o veículo para levar a música francesa para o resto do mundo. Mas logo viria a ruptura definitiva, que selaria o destino e a carreira de Serge Gainsbourg como uma versão irônica e autodepreciadora do que se esperaria de um playboy, uma espécie de bon vivant existencialista.


Serge Gainsbourg – “Le Poinçonneur des Lilas”


Serge Gainsbourg – “Le Claqueur de Doigts”


Serge Gainsbourg – “Le temps des yoyos”


Serge Gainsbourg – “Negative Blues”


Serge Gainsbourg – “L’Appareil a Sous”

4:20

Uma mensagem para Lily Allen