Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Jornada dupla

Essa é pra quem tá com saudade. Neste fim de semana, a Livraria Cultura do Conjunto Nacional da Paulista, aqui em São Paulo, organiza uma maratona de eventos que é a sua versão particular para a Virada Cultural organizada pela prefeitura de São Paulo. O Vira Cultura entra em sua segunda edição este ano e, entre entre nomes como o Lourenço Mutarelli, o Holger, o Arnaldo Baptista, o Flu, a Ana Cañas, o Dahmer, o povo da Talco Bells, o Joca Reiners Terron, o Lucio Ribeiro, o Ricardo Alexandre, o Speto, o Tit Freak, o Alan Sieber, o Copacabana Club e a Malu Mader, compareço duas vezes ao evento. Uma delas na virada do sábado para o domingo, quando discoteco no meio da própria Livraria (é, discotecário de livraria, ahahaha) da meia-noite até às quase duas. Quem chegar às 23h30 ainda vê uma apresentação dos fã-clubes de Harry Potter, Crepúsculo, Senhor dos Anéis e Guerra nas Estrelas – prometeram um duelo de sabre de luz na hora em que eu tocasse o mashup de “My Love” do Justin Timberlake com “Billie Jean”. Depois, no domingo, medio um papo sobre música e criação digital com a participação dos meus compadres Vladmir Cunha, Bruno Natal e Dago Donato, às cinco da tarde. Maiores detalhes no site do evento.

Depois que a cobra continuou mordendo o próprio rabo

Tá com crise de abstinência ou é só saudade? Já volto…

A ilustra acima é do carioca Estevão Vieira (o Stevz), bem foda. Clica nela pra ver tudo.

4:20

Link – 23 de novembro de 2009

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Vida Fodona #187: Descansar entre aspas

Semaninha de férias e, como você deve ter suposto, mais um Vida Fodona Soundsystem, desses pra dançar. Shall we?

!!! – “Heart of Hearts”
LBCK – “Might Like Jeffer Better (Drus mashup edit)”
VHS or Beta – “Disco Paradise”
Marina + Soko – “Mum”
MSTRKRFT – “She’s Good for Business”
Cut Copy – “Lights & Music”
Weekend Warrior – “What U Want”
Cicada – “Falling Rockets (Just A Band Remix)”
David Bowie – “Rebel Rebel (Soulwax Club Mix)”
Cansei de Ser Sexy – “This Month, Day 10”
Gossip – “2012”
Basement Jaxx – “Plug It In (feat. JC Chasez)”
Junior Senior – “Take My Time”

Por aqui.

4:20

“O que está acontecendo?”

E a cobra mordeu o próprio rabo – hora de tirar mais uma semana de folga

Não lembro direito quando foi, deve ter uns três, quatro meses, no máximo, quando comecei a twittar coisas velhas do Trabalho Sujo que ainda faziam sentido depois do post original (o hábito que causou o surgimento do chamado #trabalhosujoday). E assim comecei diluindo coisas de janeiro e fevereiro entre agosto e setembro, vendo que, uma hora ou outra eu ia começar a twittar posts de meses mais próximos ao que eu estava, deixando rolar mesmo sabendo que, uma hora ou outra, a fonte ia secar.

Uma delas, nem longe disso. Você que me acompanha via Twitter já deve ter percebido a alternância – um post velho do Trabalho Sujo, um post de ontem do Link. Se por um lado os posts antigos do Sujo iam chegar ao fim, os posts do Link nem sequer começaram. Cabei de fechar a equipe com quem trabalho depois de uma série de mudanças, que começaram quando assumi a editoria do caderno, em maio. Estamos fechando nas próximas semanas o primeiro ciclo online, quando mudamos nosso site de novo para sair da fase de transição que começou quando virei editor do caderno. Junte a véspera desta mudança com os posts velhos do Sujo acabando e ambas se encontraram na mesma sexta-feira em que o próprio Twitter anunciou sua mudança de lema – em vez de perguntar “O que você está fazendo agora?” pergunta “O que está acontecendo” (como eu já havia profetizado em julho, quando o site do ano suspendeu minha conta). E como eu gosto de facilitar as coincidências, ainda reúno tudo isso ao fato de que, no próximo dia 28, o Trabalho Sujo completa quatorze anos de vida.

Que beleza, não? Véspera de aniversário do site, véspera de mudança no site do jornal, fim dos posts velhos para twittar no mesmo dia em que o Twitter muda sua pergunta. Era o que eu precisava para pedir uma semaninha de folga para me preparar para o ano que vem.

Dezembro já é praticamente 2010 e eu não vou esperar o mês inteiro para anunciar as novidades. De cara, eu e o Bruno já começamos a recepcionar o verão com a ajuda de bons bambas da nossa música, no terceiro disco com a chancela dOEsquema. Na mesma primeira semana do mês que vem temos nova localização para a Gente Bonita na última festa do ano, em que eu e o Kalatalo viramos a noite inteira discotecando. O décimo quarto aniversário do Sujo também marca o início das atualizações das edições impressas, quando este site era uma coluna de papel no Diário do Povo em Campinas. O plano é subir os quatro anos de impresso até o décimo quinto aniversário, mas sabe como são esses planos…

Além da mudança no Link, também mudo, quando voltar, o viés do Twitter. Já que não tenho mais posts velhos pra ressuscitar (ou tenho? É claro que tenho) vou sair da vida de links que exercitava até hoje e começar a entrar no papo furado do dia-a-dia do site. Claro que vou continuar linkando um monte de coisas – inclusive o Link e posts, velhos e novos, do Sujo – mas já vi que tem discos, filmes e acontecimentos que não valem mais que 140 caracteres de empolgação. E assim, meu Twitter começa a virar uma versão micro do Trabalho Sujo.

E a versão macro – esta aqui que você está lendo – também irá mudar. Provavelmente durante essa minha semana de recesso (que também aproveito para encerrar minhas listas de melhores da década e começar a colocar as listas de melhores de 2009 no jeito, além de terminar a tradução de um livro – depois eu falo mais disso), você irá ver algumas mudanças aqui e ali, nesses banners aí da direita, nos links debaixo da minha foto, nas categorias, no uso do Flickr… Enfim, mais uma revisão sazonal acontece aqui no site e você perceberá algumas mudanças drásticas – e outras nem tanto quando eu voltar a postar direito na próxima segunda-feira, dia 30.

Essa segunda eu ainda posto alguma coisa, de leve: um Vida Fodona (Soundsystem, ora pois), o Link da semana, uma ou outra novidadezinha. Se pintar algo em cima da hora, quem sabe eu tuíte. E até a sexta eu também dou notícia pois estou em duas programações diferentaças – ma non troppo – durante o fim de semana.

Certo? Já já, volto ao ritmo normal. Por enquanto, relaxem…

Quem é o verdadeiro homem da gravata florida

Muito boa a entrevista que o Jorge Ben deu ao Pedro Alexandre Sanches na Trip desse mês:

É verdade que você queria ser jogar de futebol, e não músico?
É, joguei no infanto juvenil do Flamengo. O futebol era bom, mas eu tinha que correr pra trabalhar, estudar, pagar as contas. Lá não ganhava nada, não era remunerado. Até que apareceu a música, mas era outra coisa que eu também não queria.

Ai, meu Deus, o que seria de nós?
Meu pai e minha mãe não gostavam. Naquele tempo músico era considerado um marginal, aquelas coisas. Não tinha respeito. Eu trabalhei um pouquinho de despachante, das 10h às 16h. E, nesse ínterim todo, eu já estava na alquimia.

Estudando, freqüentando grupos?
Estudando. E tinha um grupo, um grupo de adeptos maravilhosos. Eram da América do Sul, e tinha um brasileiro, professor ou reitor de faculdade, de São Paulo. Junto com um grupo de adeptos da alquimia, ele viu uma transmutação, em 1958.

De metal em ouro?
É, é. Eles viram, e falaram pra mim: “É uma arte”. Quando conversei com eles falei de São Tomás de Aquino… A igreja proíbe falar que ele foi alquimista. Proíbe, mas ele foi. O papa Silvestre deixava, isso no século 13, porque São Tomás de Aquino era um cara de família riquíssima. E ele quis ser padre, monge. Seus pais tinham preparado ele pra ser o conde de Assis, maravilhoso, ricaço. Tanto que se internou sozinho. Foram tirá-lo de lá, e ele falou: “Quero ser padre, gosto daqui”. Em pleno século 13 ele escreveu aquilo tudo, já fazia arte com alquimia. E esses caras daqui viram em 1958, deviam ser grandes na alquimia pra ser convidados pra ver. A todo lugar que tinha ourives, eu ia com outro amigo estudante ver como se fazia ouro. E a gente ficava indignado, eu conto isso numa música do disco Solta o pavão [de 1975, na faixa “Luz polarizada”]: “Coloque o seu grisol sobre a luz polarizada…”.

Nunca entendi essa letra, “coloque o seu…”?
O seu grisol sobre a luz polarizada. Grisol é um frasco de vidro inquebrável. E aquele que forja a falsa prata e o falso ouro não merece a simpatia de ninguém. A gente ficava indignado, todas essas lojas de ourives, pô, aquele ouro todo… era mais metal que ouro. Os alquimistas falavam que é preciso um ouro que não se pode falsificar, é o ouro de dentista, aquele ouro 14, ouro malhado.

Ainda existem alquimistas?
Eu conheço, na França. Na Europa ainda tem. No Brasil não, não tem.

E você já foi um alquimista?
Não, eu nunca cheguei a fazer transmutação.

Nicolas Flamel e Paracelso (personagens das canções de A Tábua de Esmeralda) eram alquimistas?
Eram, Nicolas Flamel, ele é que é meu muso. Ele e a mulher dele. Ele é “O namorado da viúva”. Ninguém queria ela – não, eles queriam, mas tinham medo, porque ela era rica e já era viúva três vezes. Flamel é do século 15. É o meu muso [cantarola], “namo-mora-rado da viúva”…

E Paracelso é “o homem da gravata florida”?
É! A história dele é maravilhosa também. Tem até hoje a casa dele na Suíça alemã. Levei o Gilberto Gil na casa do Nicolas Flamel. E, por incrível que pareça, o Gil viu uma coisa lá que eu vi, só nós dois vimos, na casa de Nicolas Flamel. Depois eu perguntei: “Gil, você viu uma coisa que eu vi?”. Ele falou: “Eu vi, você viu?”. Foi incrível.

Mas o que foi?
Vi uma coisa lá, na casa de Nicolas Flamel.

Não vai contar o quê?
Não, não. Mas vimos.

E não era sob o efeito de alguma substância?
Não, não. Vimos uma coisa lá. Nós vimos alguma coisa, mas bonita, não feia. Uma coisa bonita.

Maestro Vader

4:20