Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Os 100 melhores discos dos anos 00: Ruído/mm / Asian Dub Foundation

95) Ruído/mm – A Praia (2008)

96) Asian Dub Foundation – Community Music (2000)

4:20

Terça nobre

Savage Chickens é o novo Dilbert.

Clássico é clássico

Maurício de Sousa e Osamu Tezuka, o Disney do Japão (ou esse seria o Miyamoto? Hmmm), se encontram em Tóquio, em 1985. Maurício twittou a foto ontem.

Cinco vídeos para o meio da semana – 105


Charlotte Gainsbourg + Beck – “Heaven Can Wait”


Autoramas – “Eu Vou Vivendo”


Simian Mobile Disco + Beth Ditto – “Cruel Intentions”


Vampire Weekend – “Cousins”


Wiley + Chew Fu – “Take That”

Os 100 melhores discos dos anos 00: Supergrass / Ultrasom

97) Supergrass – Life On Other Planets (2002)

98) Ultrasom – Set on Fire (2001)

Os 100 melhores discos dos anos 00: Bidê ou Balde / Autoramas

99) Bidê ou Balde – Outubro ou Nada! (2002)

100) Autoramas – Stress, Depressão e Síndrome de Pânico (2000)

E falando no Crepúsculo…

Kristen Stewart me lembrou de falar mais sobre o Adventureland, que eu já tinha comentado, mas não custa reforçar as qualidades do filme, que também tem a ver com a geração Sessão da Tarde século 21 que eu tava falando (embora não tenha surgido, ainda, o Curtindo a Vida Adoidado dessa safra). Dirigido pelo mesmo Greg Mottola do Superbad, o filme funciona sob diversas leituras – é uma comédia romântica, mas também é um filme sobre rito de passagem masculino, sobre a pressão na mulher moderna e não é necessariamente adolescente (o filme se passa nos anos 80, por isso ele tem um inevitável aspecto retrô). Adventureland também é uma ode à beleza natural de Kristen, além de ter a trilha sonora assinada pelo Yo La Tengo.

Na luz do luar

“Good times are comin’,/ I hear it everywhere I go”

Falando em mashup de Radiohead com outro ícone da década, deixo aqui meu comentário sobre a onda Crepúsculo no cinema, que, mesmo sem ter um filho para usar como desculpa, fui assistir para tentar entender. O primeiro filme, Crepúsculo, é bem feitinho: tem um bom filtro que azula a luz como o que esverdeia Matrix e Amelie Poulain, a química – ainda que imóvel – do casal protagonista funciona e os momentos sentimentalóides não são tão ridículos quanto poderia se supor (a cena do namoro de Anakin Skywalker e a princesa Amigdala no Episódio 2 do Guerra nas Estrelas é muito mais vergonha alheia). O segundo, Lua Nova, sofre da crise de sucesso financeiro e o que era discreto e esperto em Crepúsculo fica meio exagerado e desnecessário. O próprio casal Bella/Edward padece disso (eles parecem ter acabado de sair do salão de beleza, ao contrário da naturalidade do primeiro filme), mas isso ecoa de formas diferentes na produção.

É claro que são filmes para adolescentes, mas estão mais próximos da nova geração Sessão da Tarde (pense em Superbad, Juno e Pequena Miss Sunshine como um novo gênero) do que da safra de cinema fantástico de Harry Potter e Senhor dos Anéis. Não vão mudar a sua vida e talvez não valham o ingresso do cinema. Mas diz muito sobre a época em que vivemos.

A própria metáfora do vampiro já foi esvaziada antes de Crepúsculo. Se antes o mito misturava o conflito romântico do século 19 com a consciência do tempo pós-revolução industrial, a importância arquetípica do personagem aos poucos vai se “humanizando” enquanto o vampiro passa ser visto menos como monstro e mais como um ser fantástico, parente dos super-heróis, só que carregando o fardo da vida eterna. Essa “humanização” sentimental está em quase todas as adaptações da lenda para a cultura atual – nos vampiros andróginos de Anne Rice, no Drácula do Coppola com o Gary Oldman, nos vilões de Buffy, na série de cinema Underworld e nos vampiros pervertidos de True Blood. Ela também é aliada da mudança de atitude entre o vampiro e a presa, em que o vampiro aos poucos se torna mais sensível e delicado enquanto sua presa passa a ser mais decidida em relação ao seu papel. Não é exclusividade dos vampiros – é só um reflexo das transformações de gênero a que os papéis do homem e da mulher foram submetidos na segunda metade do século passado. O casal protagonista de Crepúsculo é um ótimo exemplo destas mudanças.

O vampiro Edward vivido por Robert Pattinson faz a ponte entre o “novo homem” detectado por Jack Kerouac nos anos 50 (o caubói que não tem vergonha de chorar, o homem que dança, o início do macho sensível) e que jogava Elvis, James Dean e Marlon Brando como novo parâmetro de masculinidade, com a geração emo, sem apelar para a androginia. Kristen Stewart, por sua vez, com sua beleza crua e discreta, faz uma musa arredia, que não quer ser social e prefere ler livros a fazer as compras. É como se fosse uma versão indie da Mina Harker, protagonista do livro Drácula original, reinventada por Alan Moore na Liga Extraordinária, que passa a ser uma espécie de ícone protofeminista. A personagem Bella é quase pós-feminista, tão decidida a tomar a dianteira que passa toda a saga querendo ser mordida, abocanhada, possuída – sem sucesso. Assim, Crepúsculo é menos onda adolescente do que termômetro social – e detecta esse baile de emos e indies que se tornou a velha guerra dos sexos.

Mas a cena com “Hearing Damage”, do Thom Yorke, é boa.

Lost x Radiohead

Quando linkei o comercial espanhol da próxima temporada de Lost que tem a trilha do Radiohead, o Thiago cogitou a existência de mashups entre dois dos maiores ícones da década que está chegando ao fim. Óbvio que já existia, né. Olha só.

Mashup com “Jigsaw Falling Into Place”…

…com “Reckoner”…

…com “Pyramid Song”…

…com “I Might Be Wrong”…

e com “There There”…

…só pra ficar nos que eu achei mais legal.