Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.

Quer ouvir o disco novo do The Smile antes que todo mundo?

Lembra que semana passada eu falei que o The Smile, projeto paralelo de Thom Yorke e Jonny Greenwood, ia promover sessões de cinema pelo mundo para divulgar seu próximo disco, Wall of Eyes, e que eles não haviam incluído o Brasil na lista? Pois esse problema foi resolvido pelo Cineclube Cortina, que conseguiu colocar São Paulo na lista de exibições do grupo, na mesma segunda-feira 22 de janeiro em que o filme passará em Paris e em Tóquio. A sessão inclui clipes do Smile e do Radiohead dirigidos por Paul Thomas Anderson, além da possibilidade de ouvir o disco, que sai só no dia 26, quatro dias antes do lançamento. Além do disco e da sessão audiovisual (que também inclui imagens do trio em estúdio, também filmadas pelo PTA), ainda haverá merchandising inédito do grupo à venda, desde camisetas, cassetes e até um fanzine. Ainda não há informações sobre venda de ingressos, mas a sessão já está no site oficial do Smile e deve ser por lá que o link pra comprar os ingressos antecipadamente deve surgir.

25 anos do Bidê ou Balde!

E a festa não para! Nesta quinta-feira vou discotecar antes e depois do show que o compadre Carlinhos Carneiro está agitando no Cine Joia ao reunir sua clássica banda Bidê ou Balde para celebrar os 25 anos desta instituição do rock gaúcho. Toco ao lado de outro velho camarada, Fabrício Nobre, e juntos vamos fazer um flashback da fase clássica do indie rock brasileiro – num tempo em que o velho boca-a-boca impulsionava artistas do anonimato ao estrelato sem precisar seguir as infames regras das redes sociais e das plataformas digitais – e outras pedradas de várias épocas do rock. A farra acontece neste dia 18 de janeiro, no Cine Joia, a partir das nove da noite e os ingressos já estão à venda! Vamo?

Geraldo Azevedo implacável

Geraldo Azevedo chegou implacável e não quis saber de conversa quando apresentou-se neste domingo no teatro do Sesc Pinheiros emendando, praticamente sem cumprimentar o público, uma sequência de hits inacreditável: “Tanto Querer”, “Canta Coração”, “Príncipe Brilhante”, “Inclinações Musicais”, “O Paraíso Agora”. “O Principio do Prazer”, “Felicidade”, “A Saudade Me Traz”, “Quando Fevereiro Chegar”, “Você se Lembra”, “Bicho de Sete Cabeças” e “Dona da Minha Cabeça” – e pode ficar tranquilo que se você não reconheceu alguma delas a conhece mesmo assim e só não reconheceu o título. E quando o show, que o capricorniano de Petrolina fez sozinho com seu violão elétrico, foi chegando perto de uma hora de duração a audiência já estava completamente entregue ao seu carisma e talento. E além de seu repertório clássico – que ainda teve, claro, “Dia Branco”, “Tudo É Deus”, “Moça Bonita” e, inevitavelmente, “Táxi Lunar”, que fechou a noite -, o velho ourives da canção ainda saudou seus pares ao pinçar pérolas compostas por Chico César (“Pensar em você” e “Deus Me Proteja”), com quem acabou de fechar uma longa turnê em dupla, Jorge de Altinho (“Petrolina e Juazeiro”), Marcelo Jeneci (na já citada “Felicidade”), Zé Ramalho (“Frevo Mulher”), Luiz Gonzaga (“Sabiá”) e Accioly Neto, representado por sua grande canção, a maravilhosa “Espumas ao Vento”. Foi bonito demais.

Assista aqui:  

Peter Crombie (1952-2024)

Mais conhecido com o personagem coadjuvante “Crazy” Joe Davola que durou cinco episódios na clássica série Seinfeld, o ator Peter Crombie circulava bem por pequenos papéis no mundo do entretenimento dos EUA participando de filmes como Natural Born Killers, Se7en e Nascido a Quatro de Julho, além de aparecer em séries como NYPD Blue, Walker, Texas Ranger, Law & Order, L.A. Law, entre outras. Morreu na quarta passada, após adoecer rapidamente.

Desaniversário | 13.1.2024

Neste sábado tem a primeira festa D E S A N I V E R S Á R I O de 2024 e já começamos o ano fugindo a regra, pois o encontro que de adultos que eu, Clarice, Camila e Claudinho realizamos agora todo mês ali no Bubu para fazermos um clima de aniversário mesmo não tendo nenhum aniversariante agora ficou redundante porque neste dia 13 de janeiro vou aproveitar para comemorar os meus 49 verões. E você sabe que a festa ali no Bubu é no esquema certo: começa cedo (19h) e termina cedo (meia-noite) pra todo mundo conseguir aproveitar o sábado e o domingo e durante a noite vamos puxando aqueles hits que você nem lembrava que adorava– e o ingresso dá direito a um drinque de boas vindas. O Bubu fica na marquise do Estádio do Pacaembu (Praça Charles Miller, s/n°), do lado do Museu do Futebol e a noite sempre promete… e cumpre! Chega mais pra me dar um abraço!

Ariana Grande 2024: “Sim, e…?”

Quem também lançou música nova nesta sexta-feira foi Ariana Grande, que não lançava nenhum single novo desde 2020. Antecipando seu próximo disco, ainda sem título, o clipe de “Yes, And?” faz homenagem ao clipe de “Cold Hearted” da Paula Abdul ao mesmo tempo em que funciona como um tapa na cara do mercado da música hoje (mais ou menos como a Manu Gavassi tentou fazer naquele vídeo que ela lançou no fim do ano passado), mas também reflete sobre questões pessoais que qualquer pessoa, artista ou não, atravessa. O pé na house music parece ecoar influências do Renaissance, o que é um bom sinal.

Assista abaixo:  

Dua Lipa… com uma banda?

Outra novidade da sexta-feira foi a apresentação que Dua Lipa lançou nas plataformas digitais, mostrando a música que lançou no ano passado, ao despedir-se de Future Nostalgia, seu clássico disco de 2020, e começar a entrar em novo território. E qual é a surpresa quando ela mostra sua nova música “Houdini” à frente de uma banda, em vez de dançarinos ou cenários? Será que o novo disco da cantora inglesa vai por aí?

Assista abaixo:  

Kali Uchis parindo o ano novo

A colombiana Kali Ucchis vinha anunciando o lançamento de seu disco novo, Orquídeas, mais um cantado todo em espanhol, para o início deste 2024 – e resolveu mostrá-lo ao mundo ao mesmo tempo em que revelou-se gravidaça, prestes a parir sua cria ao lado do rapper norte-americano Don Toliver. Além do disco ser uma maravilha – coalhado de hits prontos pra pista (ouça abaixo) -, o mais impressionante é como ela conseguiu esconder a gravidez ao mesmo tempo em que seguia divulgando o novo trabalho, ainda mais nessa época em que todo mundo compartilha tudo sobre tudo. Palmas para ela, que além de ter feito mais um grande disco só aumentando sua reputação (depois de lançar o ótimo Red Moon in Venus, um dos melhores discos de 2023) e firma-se como uma das artistas mais importantes da América Latina que fala espanhol, ainda revela-se uma jovem mestra na forma de lidar com a própria imagem pública. Não é fraca.

Ouça abaixo:  

Aquecendo o inferno

Começamos os trabalhos do Inferninho Trabalho Sujo nesta quinta-feira, quando recebemos lá no Picles mais uma vez a Xepa Sounds do Thiago França, que passou por tudo quanto é tipo de hit – teve desde “Total Eclipse of the Heart” até “Hotline Bling” – antes que eu e a Fran incendiássemos a pista para começar a aquecer os trabalhos da festa neste novo ano. E como bem lembrou a Fran, já já completamos um ano de discotecagem em dupla, quando tocamos juntos pela primeira vez, justamente num show do Thiago, só que com sua Charanga. Deu muito certo, né?

Assista aqui:  

Tempo suspenso

Mais uma noite linda nesta quinta-feira, quando Cacá Machado e Laura Lavieri apresentaram sua versão para o disco de 1973 de João Gilberto no Sesc Pompeia. É a segunda apresentação que os dois fazem do disco, que continua no próximo sábado, com outra noite dessas no Sesc Jundiaí. Foi bonito ver a ideia original que tivemos – eu que apresentei Cacá para Laura, que procurava alguém para realizar o sonho que era fazer esse disco ao vivo – florescer ainda mais lindamente do que o ótimo show que já havíamos feito na Casa de Francisca, há exatos dois meses. No novo palco, o silêncio era palpável e os dois burilavam as texturas musicais de seus instrumentos – voz e violão, a epítome de João – acompanhados mais uma vez dos efeitos especiais delicados da percussão cirúrgica e orgânica de Igor Caracas, que deveria ser efetivado como terceiro integrante de fato da apresentação. Juntos, os três suspenderam o tempo e a respiração de todos os presentes, imersos na sensível grandeza pautada por outro trio, há cinquenta anos, quando a produtora Wendy Carlos e o baterista Sonny Carr envolveram a realeza do maior artista de nossa cultura de uma forma única e precisa em sua carreira.

Assista aqui: