O Cangote da Céu

, por Alexandre Matias

Apesar de sempre jogada na vala comum das “novas promessas” (ou “novas divas”, dependendo da sua opção de caderno de cultura), Céu é muito mais do que essas Marisas aos Montes que vivem de emular e idolatrar o passado pós-tropicalista da música brasileira. Pra começar, sua matriz não é a bossa nova, nem o samba – ela tem mais a ver com a gatinha que curte reggae, a menina que gosta de acompanhar o namorado em visitas a sebos de discos e a irmã mais nova que presta atenção nos papos do irmão mais velho. Ela também compõe e não vive basicamente de recauchutar músicas do passado e prefere se alinhar à Nação Zumbi e ao Instituto do que a qualquer medalhão da MPB que lhe ofereça uma canção para faturar um troco de direitos autorais via iTunes. E há três anos sem lançar nada próprio (seus trabalhos mais recentes foram uma participação do trio 3 na Massa, que levou à criação do grupo Sonantes), ela começa a dar sinais de vida em 2009, com o belo EP Cangote, lançado pela gringa Six Degrees. A faixa-título taí embaixo (e o Dafne botou outra música do EP pra ouvir no blog dele, o Esforçado – aliás, recomendo muito o blog do cara, que tem o selo de qualidade Gafieiras).


Céu – “Cangote

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