Morrissey em São Paulo

, por Alexandre Matias

Só fui porque minha mulher havia comprado ingresso, mas lá pelo meio do show ela me olhou com uma cara de “vamos embora” que encontrou meu sorriso aliviado. Já tinha visto o Morrissey ao vivo no ano 2000 e não tinha achado nada demais – pelo contrário, a impressão que fiquei do show do ex-vocalista dos Smiths foi tão ruim que quando começou o auê sobre sua segunda vinda ao país, nem pensei em consultar o calendário para ver que dia o show cairia. Doze anos depois, restava-me exercitar expectativa – cogitei a possibilidade de curtir um show que, talvez por má vontade, cogitaria que fosse chato.

Mas há de ter muita boa vontade. O show foi tedioso e sem graça, a maior parte das músicas de sua carreira solo são chatíssimas e as músicas dos Smiths foram tocadas com preguiça. “There is a Light That Never Goes Out” – a deixa perfeita para ir embora (veja o vídeo abaixo) – parecia ser o momento “Yellow Submarine” do show de Ringo Starr no ano passado, caso Ringo tivesse algum remorso de um dia ter sido um beatle. Nem as brincadeiras com o público (“gracias?”, para com isso…) fizeram jus à reputação do ídolo dos anos 80. De que adianta alertar o público que o príncipe Harry está no Brasil querendo nosso dinheiro em um show em que os ingressos chegavam a 400 reais?

Além disso, o Espaço das Américas devia ser interditado para shows de médio porte para cima – aquele lugar insalubre só deveria funcionar para eventos de fim de ano de empresa ou festas de formatura. Pobre do público que vai assistir aos Los Hermanos ali.


Morrissey – “There Is A Light That Never Goes Out”

Fiz mais vídeos, se alguém tiver alguma curiosidade…


Morrissey – “Still Ill”


Morrissey – “You’re The One For Me, Fatty”


Morrissey – “I Will See You In Far-Off Places”


Morrissey – “Meat is Murder”


Morrissey – “Ouija Board, Ouija Board”


Morrissey – “Let Me Kiss You”

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