Mais capas de discos clássicos expandidas por inteligência artificial

Agora que abriu a porteira, já era: tem mais gente jogando capas de discos para serem expandidas por algoritmos designers. Separei umas que cogitam realidades estranhas demais para além das imagens que já conhecemos.

Veja abaixo:  

C6Fest: Dia 2 – agora sim!

Agora sim o C6Fest disse a que veio. Depois de um primeiro dia irregular (pouco público, atrações que não empolgaram tanto e pouca circulação entre o público de diferentes palcos, o que não valorizava a ótima estrutura do evento), o festival feito pelo time que criou o Free Jazz e o Tim Festival em outras aeons mostrou não só que está disposto a entrar de vez no mapa cultural de São Paulo como superou quaisquer outros festivais realizados por aqui desde os tempos do saudoso Planeta Terra. A utilização dos espaços do Parque Ibirapuera e um elenco ousado e pouco trivial transformou o festival em uma experiência única, que talvez só pecasse pela falta de sinalização entre o Auditório do parque e a área comum em que se localizavam outros dois palcos, maior distância a ser percorrida pelo público – ou será que monitores humanos usando lâmpadas e megafones para apontar o caminho são mais eficazes do que placas bem posicionadas?

Leia o resto do texto e assista aos vídeos abaixo:  

Vida Fodona #782: Outono chegou

Mas podia estar mais quente…

Ouça aqui.  

Vida Fodona #779: Começo de abril

Caiu a temperatura mas não aqui.

Ouça aqui.  

C6Fest traz Kraftwerk, War on Drugs, Weyes Blood, Arlo Parks, Dry Cleaning e Underworld para o Brasil

Depois de já ter anunciado Kraftwerk (pela primeira vez no Brasil sem um de seus fundadores, Florian Schneider, que morreu em 2020), Weyes Blood e Tim Bernardes tocando Gal Costa em sua escalação, o festival C6Fest, produzido pela Dueto de Monique Gardenberg que fazia o Free Jazz e o Tim Festival, acaba de anunciar sua formação completa. O evento acontece no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 20 de maio, e no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, entre os dias 19 e 21 do mesmo mês e traz, na escalação final, nomes novíssimos como Arlo Parks, Black Country New Road, Samara Joy e Dry Cleaning, grandes nomes da última década como War on Drugs. Christine and the Queens, The Comet is Coming e Jon Batiste e veteranos como Underworld e Juan Atkins, entre várias outras atrações. No time brasileiro, há um tributo a Zuza Homem de Mello (que foi curador do Free Jazz e do Tim Festival) com a Orquestra Ouro Negro, Fabiana Cozza e Monica Salmaso, Russo Passapusso com a Nômade Orquestra, Caetano Veloso e uma homenagem musical ao ano de 1973 com Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Linn da Quebrada, Giovani Cidreira e Jadsa. Os ingressos começam a ser vendidos a partir do próximo dia 5 e separei mais informações sobre horários e preços abaixo.  

Vida Fodona #688: Não se decide

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Nesse compasso de espera…

Donna Summer – “On the Radio”
The Weeknd + Kenny G – “In Your Eyes (Remix)”
Chemical Brothers – “Star Guitar”
Guilherme Arantes – “Deixa Chover”
Letrux – “Abalos Sísmicos”
Erasmo Carlos – “Mané João”
Karina Buhr – “Amora”
Metronomy – “The Light”
Cut Copy – “Like Breaking Glass”
Arcade Fire – “Porno”
Jessie Ware – “Adore You”
Daryl Hall & John Oates – “I Can’t Go For That (No Can Do)”
Daft Punk – “Oh Yeah”
Kraftwerk – “Showroom Dummies”
Tyler the Creator – “What’s Good”
Céu – “Nada Irreal”
Pavement – “The Hexx”

Vida Fodona #638: Será que vai virar regra?

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Mais um programa gravado ao vivo.

Tagore + Boogarins – “Dramas”
Ava Rocha – “Caminando sobre Huesos”
Nightmares on Wax – “Les Nuits”
Darondo – “Didn’t I”
Unknown Mortal Orchestra – “So Good at Being in Trouble”
Céu – “Arrastar-te-ei”
David Bowie – “V-2 Schneider”
Velvet Underground – “There She Goes Again”
Serge Gainsbourg – “La Ballade De Melody Nelson”
Girls – “Alex”
Letuce – “Quero Trabalhar com Vidro”
Luiza Lian – “Geladeira”
Air – “Kelly Watch the Stars”
Kraftwerk – “The Hall of Mirrors”
Kali Uchis – “Venus as a Boy”
Angel Olsen – “More than This”
Weyes Blood – “A Lot’s Gonna Change”
Def – “Alarmes de Incêndio”
Legião Urbana – “Giz”

Florian Schneider (1947-2020)

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Com a morte de Florian Schneider, o que chamamos de música eletrônica fica órfã. Um dos fundadores do Kraftwerk, o músico alemão foi um dos pioneiros do gênero e começou a desconstruir sua musicalidade quando passou a submeter seu principal instrumento – a flauta transversal – a uma série de pedais de efeito, mudando inclusive o papel do instrumento nas formações em que tocava, até o final dos anos 60. A partir daí, conheceu o eterno parceiro Ralf Hütter, e aos poucos foi abraçando os sintetizadores e a pós-produção, criando o principal grupo alemão da história da música pop, que abriu fronteiras inimagináveis ao processar o rock progressivo dentro das rígidas regras do minimalismo eletrônico, influenciando até mesmo David Bowie, que compôs uma música em sua homenagem (“V-2 Schneider“, do disco “Heroes”). A causa da morte não foi anunciada.

Robôs na sala de aula

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Essa versão que crianças alemãs fizeram de “The Robots” é de chorar de foda.

Todo o show: O primeiro show do Kraftwerk

kraftwerk-1970

Eis o primeiro show do Kraftwerk, em 1970, quando parte do antigo grupo Organisation se apresentou ao vivo pela primeira vez, em uma performance de quase uma hora transmitida por um canal de TV alemão. O coração do grupo – a dupla Ralf Hütter e Florian Schneider – está lá, mas estão longe da imersão eletrônica que causariam a partir de 1974 com uma discografia impecável iniciada em Autobahn, de 1974. Hütter já experimentava com sintetizadores, mas sua abordagem era muito mais rocker do que viria a ser depois – a começar pelo visual setentão avesso à imagem clean que o grupo assumiria depois. Schneider, mais contido, tocava flauta e violino, e a dupla ainda era acompanhada pelo metrônomo bate-estaca Klaus Dinger, que depois formaria o Neu, outra banda fundamental na música popular alemã e na história da eletrônica. O show foi presenciado por então adolescente Dimitri Hegemann, que anos depois seria o dono da casa noturna Tresor, em Berlim, uma das principais da cena techno alemã, e ele escreveu sobre o show que redescobriu quatro décadas depois no YouTube na revista Electronic Beats:

“A câmera não fica apenas fixa nos músicos, como fazem hoje em dia, ela balança pelo público e você tem uma sensação imediata do zeitgeist da época. Perto do palco, talvez a um metro de Ralf Hütter, que está tocando um teclado pendurado em seus ombros, estão três garotas hippies de cabelo comprido e um garoto com cabelo ainda mais comprido e franja, de costas para a banda. Naturalmente, todo mundo fuma, muitos homens usam ternos e golas rolê. Por oito minutos, Hütter comanda um som de drone através de pedais de delay, antes do primeiro ritmo começar, com Klaus Dinger na bateria. Florian Schneider toca uma flauta no estilo Jethro Tull e vibrafone, além de vários outros sons indefiníveis, mas quase tudo ainda era criado com instrumentos analógicos. O público está chacoalhando suas cabeças, alguns de olhos fechados. Parte do público senta-se no chão com as pernas cruzadas e alguns aplaudem freneticamente junto com o ritmo. Durante uma das canções, um cara com um visual mod fica soprando um apito.”

Eis o setlist do show histórico:

“Vom Himmel Hoch”
“Ruckzuck”
“Stratovarius”
“Megaherz”