O baú de John Carpenter

Mestre do cinema de horror e ficção científica do final do século passado, John Carpenter também é um dos pioneiros no uso dos sintetizadores na música pop, usando o instrumento como o principal fio condutor musical das trilhas sonoras de seus filmes, que ele mesmo compõe. E desde a década passada o cineasta vem abrindo seus próprios arquivos musicais para lembrar de temas que ficaram de fora de suas trilhas, recriar outros temas clássicos e obscuros de seus filmes, voltando, inclusive, a fazer shows ao vivo com estas composições. Acompanhado sempre do filho Cody Carpenter e do afilhado Daniel Davies (que, por essas coincidências da vida, é filho do guitarrista do Kinks, Dave Davies), ele lançou a série de discos Lost Themes, compôs algumas trilhas sonoras novas (para os remakes que o estúdio Blumhouse fez para Halloween, Halloween Kills e Firestarter) e a coletânea Anthology: Movie Themes 1974–1998, lançada em 2017. Agora o diretor anuncia o segundo volume desta compilação e Anthology II: Movie Themes 1976-1988, que será lançada no início de outubro (já em pré-venda) e reúne temas de filmes como seus três Halloween, Fuga de Nova York, Aventureiros do Bairro Proibido, Príncipe das Sombras, A Bruma Assassina e Assalto à 13ª DP, além de três temas que seriam usados na trilha do clássico O Enigma de Outro Mundo, antes que o italiano Ennio Morricone assume as composições.

Abaixo você ouve a nova versão para “Chariots of Pumpkins”, do terceiro Halloween, de 1982, vê a capa do novo disco e a ordem das músicas regravadas:  

Cine Ensaio: Diretores – John Carpenter

Em mais um programa dedicado a um único diretor, desta vez eu e André Graciotti mergulhamos na obra do mestre John Carpenter, que fez seu nome entre gêneros tão distintos quanto o filme de ação, o horror e a ficção científica, sempre com muita personalidade. Falamos de nossos filmes favoritos, dos clássicos do mestre, de seu papel como compositor das próprias trilhas, sua aposentadoria, sua técnica e seu estilo.

Assista aqui.  

John Carpenter dá mais uma machadada em nossos miolos

O mestre do horror John Carpenter mostra a intensa “The Dead Walk”, mais uma música do disco que está gravando com seu filho Cody e seu enteado Daniel Davies. Ele já havia mostrado algumas faixas do disco anteriormente.

Lost Themes III: Alive After Death será lançado em fevereiro do ano que vem e já está em pré-venda.

Carpenter mete medo até com música

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Ao anunciar seu terceiro álbum o solo, o mestre John Carpenter, diretor de clássicos do cinema de terror, o faz com o o primeiro single, a assustadora “Weeping Ghost”, que trabalha dentro do território musical que o acompanha desde os anos 80, quando compunha as trilhas originais de filmes memoráveis, como O Enigma do Outro Mundo, Fuga de Nova York e They Live. Lost Themes III: Alive After Death será lançado em fevereiro pela mesma gravadora Sacred Bones com quem lançou duas faixas neste ano, “Skeleton” e “Unclean Spirit”, em agosto.

Como no disco anterior, Lost Themes II, de 2016, ele volta a trabalhar com o filho Cody Carpenter e seu afilhado Daniel Davies (que, por sua vez, é filho de David Davies, dos Kinks) – e o disco já está em pré-venda. No final de agosto, ele recebeu o prêmio pelo conjunto da obra no canadense Fantasia Film Festival e falou por uma hora sobre seu trabalho, além de confirmar seu envolvimento direto com o remake de O Enigma do Outro Mundo. Ele desconversou quando perguntaram se era uma continuação ou uma história anterior – só espero que ele possa compor a trilha para esta nova versão, imagina…

John Carpenter para além dos filmes

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O lendário diretor John Carpenter, conhecido por ter revolucionado o cinema de horror e pelas trilhas assustadoras que compõe para os próprios filmes, vêm estabelecendo sua carreira como músico para além das telas de cinema e depois de lançar o disco Lost Themes II, em 2016, quando mostrou pela primeira vez músicas que nunca tinham chegado à salas de cinema, mostra que está disposto a seguir sua carreira como músico ao lançar duas faixas inéditas, a tensa “Skeleton” – que poderia estar na trilha de qualquer distopia urbana de qualquer época, como Fuga de Nova York, Goodfellas ou Drive – e “Unclean Spirit” – que poderia ter saído dos filmes de Dario Argento.

Carpenter é filho de um professor de música e estudou música na Universidade do Sul da Califórnia, antes de dedicar-se ao cinema. Nos trabalhos mais recentes, ele tem tocado ao lado do filho Cody e do afilhado Daniel Davies. O novo single será lançado em vinil pela gravadora Sacred Bones e já está à venda.

Vida Fodona #635: Pra dar uma desopilada

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Que sexta!

Pink Floyd – “Scream Thy Last Scream”
Erasmo Carlos – “Maria Joana”
Beastie Boys – “Gratitude”
ESG – “Erase You”
B-52’s – “Throw That Beat in the Garbage Can”
Can – “Moonshake”
Chico Science & Nação Zumbi – “Corpo de Lama”
Public Image Ltd. – “Swan Lake”
Dua Lipa – “Break My Heart”
Daft Punk + Giorgio Moroder – “Giorgio by Moroder”
John Carpenter – “Vortex”
Goblin – “Snip Snap”
Funkadelic – “Comin’ Round The Mountain”
Novos Baianos – “Besta é Tu”
A Cor do Som – “Palco”

Vida Fodona #602: Reagindo ao desafio

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Fechando agosto.

Lana Del Rey – “Venice Bitch”
Guaxe – “Desafio do Guaxe”
Angel Olsen – “All Mirrors”
Tyler the Creator – “Earfquake”
Luisa e os Alquimistas – “Furtacor”
Black Alien – “Aniversário De Sobriedade”
BK’ – “O Show Nunca Acaba”
Nill – “Mulher do Futuro Só Compra Online”
John Carpenter – “Night”
Arctic Monkeys – “One Point Perspective”
Teago Oliveira – “Corações em Fúria (Meu Querido Belchior)”
Regrettes – “I Dare You”
Do Amor – “Não Peida no Amor”
Pin Ups – “Damn Right”
Haim – “Summer Girl”
Karina Buhr + Max B.O. – “Filme de Terror”

Robert Rodriguez vai dirigir o novo Fuga de Nova York

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Robert Rodrigues, autor de Machete, Sin City, Spy Kids e Planeta Terror assume o comando da inevitável ressurreição do clássico de John Carpenter, Fuga de Nova York, que já tem roteirista e premissa definida – escrevi sobre isso no meu blog no UOL.

Quem aguenta mais remakes? Hollywood, certamente. Em vez de apostar em novas histórias e novos personagens, os grandes estúdios norte-americanos preferem insistir em adaptar histórias de outras mídias ou requentar franquias do passado como apostas cheias, em vez de buscar novos rumos para o próprio futuro. E entre as inúmeras adaptações, recriações e ressurreições previstas para um futuro próximo está a do clássico Fuga de Nova York, uma das primeiras ficções científicas distópicas a inaugurar a era da psicodelia digital que hoje nos referimos como cyberpunk. E embora a simples menção de uma nova versão do filme possa provocar sono nos fãs do original, uma nova especulação sobre um possível diretor para esta má ideia pode tornar tudo mais interessante: a 20th Century Fox, que bancou o filme de 1981, quer que Robert Rodriguez seja o novo diretor.

Fuga de Nova York é destes filmes B dos anos 80 que anteviram as transformações dos anos seguintes, além de um ótimo filme de ação. Conta a história de uma Nova York transformada em prisão de segurança máxima cujos prisioneiros tomam o próprio presidente dos Estados Unidos como refém depois que o avião presidencial cai sobre a cidade. Para resgatar o político, o governo chama um dos melhores heróis de ação daquela década, o Snake Plissken vivido por Kurt Russell, que tem menos de vinte e quatro horas para trazê-lo de volta senão uma bomba que foi injetada nele mesmo explodirá. O filme aprofunda-se na crise urbana da Nova York dos anos 70 usando a ficção científica como metáfora e traz um elenco de notáveis que reúne Lee Van Cleef, Ernest Borgnine, Adrienne Barbeau, Donald Pleasence, Isaac Hayes e Harry Dean Stanton. É um dos vários clássicos do diretor John Carpenter, que abriu caminho para outros filmes como Blade Runner, O Exterminador do Futuro, Robocop, Akira, 1984, Brazil e Videodrome, moldando um futuro bem diferente daquele previsto nos anos 60, entre Jetsons e 2001.

Controverso, Rodriguez é um dos diretores mais fiéis à fórmula do faça-você-mesmo e autor de novos e divertidos clássicos que misturam ação, thriller, comédia e horror – Um Drink no Inferno, Planeta Terror, A Prova Final, Machete, Sin City e El Mariachi são filmes que acompanharam a tendência de ultraviolência da cultura pop atual, testando limites e misturando gêneros antes pré-estabelecidos. Sua estética é irmã de seus modos de produção e ele também é conhecido por abandonar Hollywood para criar seu próprio estúdio em seu estado-natal, o Texas, onde criou a sede de seu Troublemaker Studios. Lá ele também produziu filmes voltados para o público infantil que garantiram seu sustento sem necessariamente trair suas intenções: sua série de filmes Spy Kids, Shorts e As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl traçam uma ótima introdução para a violência de desenho animado dos seus filmes adultos.

Recentemente Rodriguez voltou a flertar com Hollywood, e ele é o coprodutor e diretor de Alita: Battle Angel, adaptação do mangá de mesmo nome, ao lado de James Cameron em sua Lightstorm Entertainment. O filme, que deve estrear em 2018, é produzido pela 20th Century Fox e provavelmente esta nova proximidade está trazendo Rodriguez a bordo do remake de Fuga de Nova York, segundo o site Tracking Board, especialista em furos deste tipo.

A volta para a Nova York de Snake Plissken, imortal mercenário vivido por Kurt Russell no clássico filme de John Carpenter, no entanto, não é novidade. A Fox já vem tentando reviver o filme original há uma década, trocando de escritores e diretores sem que haja um projeto de fato em andamento. Até o final do ano passado, quando Neal Cross, criador da série Luthor, da BBC, foi confirmado como o autor da história do novo filme, que não deve ser um remake e sim um prequel. Se você não quer saber o que pode ser o novo filme, coloquei uns gifs animados do clássico de 1981 para que você não corra o risco de saber spoilers sobre a nova história.

Como Cross disse ao site The Wrap, a nova história se passa antes de Manhattan ter se tornando uma prisão a céu aberto e vamos descobrir porque Snake Plissken não se dá bem com o governo dos Estados Unidos. O filme também fala de um furacão que se aproxima da cidade e nos apresenta a um novo vilão, Thomas Newton, um playboy dono de empresas de biotecnologia e agroquímica. Ele não começa em Nova York e mostra um planeta decadente, em que 75% da população mundial é considerada fora da lei. O filme, no entanto, ainda nem entrou em fase de pré-produção e quando é assim tudo pode mudar.

Parece uma boa história, nem precisava ter nada relacionado a Fuga de Nova York, né? Mas Hollywood insiste.

A história de They Live

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Demais esse making of do meu filme favorito do John Carpenter, o sensacional They Live.

Vida Fodona #532: Baixas temperaturas

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Segue o frio – e que frio!

Clash – “Should I Stay or Should I Go?”
Stooges – “T.V. Eye”
Inocentes – “Ele Disse Não”
Smack – “Rádio Smack”
The Fall – “Living Too Late”
New Order – “Every Little Counts”
LCD Soundsystem – “Dance Yrself Clean”
You Can’t Win, Charlie Brown – “Above the Wall”
Konk – “Konk Party”
Painel de Controle – “Relax (Extended Waxist Version)”
Sequence – “Funk You Up (Long Version)”
Daft Punk + Julian Casablancas – “Instant Crush”
Paul Simon – “The Werewolf”
Talking Heads – “Papa Legba”
John Carpenter – “This is Not a Dream”
Giorgio Moroder – “74 is the New 24”
Hot Chip – “Flutes”
Céu – “Varanda Suspensa”
Hurts – “Lights”
Radiohead – “Identikit”
Tatá Aeroplano – “Cadente”
Michael Kiwanuka – “Love & Hate”
Wilco – “If I Ever Was a Child”