A little bit of mambo

Lembrando do nosso querido e bissemanal VF:

Vida Fodona 12: Air, T-Rex, Vince Guaraldi Trio, Pulp, Sergio Ricardo, Byrds, DJ Assault, Florence Miller, Mulatu Astatke, Lulina, Guab versus Fugazi, Del Rey, Goblin, Snoop Doggy Dogg com Justin Timberlake, Superguidis e Ike & Tina Turner tocando Led.

“Bob Lind” – Pulp
“People in the City” – Air
“Goodies” – Ciara e M.I.A. (Richard X Mix)
“Signs” – Snoop Doggy Dogg, Pharrel e Justin Timberlake
“Todo Mundo Tem Algo a Esconder Exceto Eu e o Meu Macaco” – Superguidis
“As Curvas da Estrada de Santos” – Del Rey
“Snip Snap” – Goblin
“Peanuts Theme Song” – Vince Guaraldi Trio
“Waiting Room (Dub Guab Mix)” – Guab vs. Fugazi
“Everybody’s Been Burned” – Byrds
“Whole Lotta Love” – Ike & Tina Turner
“The Groove I’m In” – Florence Miller
“Yegelle Tezeta”- Mulatu Astatke
“Ghetto Shit” – DJ Assault
“Meu Príncipe” – Lulina
“Emília” – Sérgio Ricardo
“Planet Queen” – T-Rex

Vida Fodona 13: DJ Q-bert, A Tribe Called Quest, Engenheiros do Hawaii, Jess Saes, Lalo Schiffrin, Marianne Faithfull e Sly + Robbie, Cabaret, Sabotage, Eugenius, Jarvis Cocker e Kid Loco, Bugo, Britta Phillips e Dean Wareham, Graforréia Xilarmônica e Franz Ferdinand e Jane Birkin.

“Easter Bunny” – Eugenius
“Preskool Breakmix – Track 01? – DJ Qbert
“Jazz” – A Tribe Called Quest
“Rap é Compromisso” – Sabotage
“Sopa de Letrinhas” – Engenheiros do Hawaii
“Con Il Cuore Nel Culo” – Bugo
“Eu Gostaria de Matar os Dois” – Graforréia Xilarmônica
“Kelly´s Heroes” – Lalo Schiffrin
“Messias Pessoal” – Cabaret
“Miles and Miles Away” – Jess Saes
“I Just Came to Tell you That I’m Going (Je Suis Venu Te Dire Que Je M’en Vais)” – Jarvis Cocker & Kid Loco
“Lola R. For Ever (Lola Rastaquouère)” – Marianne Faithfull & Sly and Robbie
“A Song For Sorry Angel (Sorry Angel)” – Franz Ferdinand & Jane Birkin
“Ginger Snaps” – Britta Phillips & Dean Wareham

Vida Fodona 14: Basement Tapes, Céu cantando Bob Marley, Beatniks, Bonnie “Prince” Billy e Tortoise tocando Milton Nascimento, entrevista com Guilherme Werneck, The Galaxies, Fred Wesley, Easy Dub All-Stars, Jamie Lidell, Narinha, nova do Massive Attack, “No, No, No”, Esquadrão Atari, Os Baobás e Flying Burrito Brothers.

“Yazzo Street Scandal” – Bob Dylan & the Band
“Multiply” – Jamie Lidell
“Blow Your Head” – Fred Wesley
“Corrida de Jangada” – Nara Leão
“Jumbo Elektro” – Esquadrão Atari
“Live with Me” – Massive Attack
“The Great Gig in the Sky” – Easy Star All-Stars
“No, No, No” – Dawn Penn
“Concrete Jungle” – Céu
“Do Right Woman” – Flying Burrito Brothers
“I Love You” – Os Baobás
“Fire” – The Beatniks
“Orange Skies” – The Galaxies
“Cravo & Canela” – Bonnie “Prince” Billy & Tortoise

Um dia vira hábito.

#23

23.jpg

Disco 23) Raps de Verão – Paulo Nápoli
Cadê o disco solo de Paulo Nápoli? Um dos MCs mais versáteis de São Paulo tá enrolando pra agilizar seu disquinho, enquanto boa parte de sua geração (a saber: todo mundo da coletânea Direto do Laboratório mais uns desgarrados, como os Inumanos) lança seus primeiros trabalhos solo, Nápoli faz onda transformando uma coletânea de uma grife de roupas em uma mixtape de hip hop nacional sobre a estação mais legal do ano. Foi à sombra vermelha do sol chapacoco do CD Raps de Verão que 2005 deu o ar de sua graça, ao derreter o miolo da Babilônia no verão pós-tsunami. Ele narra a transição das faixas como um locutor de vinhetas, lembrando o nome do disco ao ouvinte sobre o som das ondas do mar, e faz um bom apanhado de faixas que expandem o tema proposto para diferentes regiões e gêneros do Brasil: o forró no Testemunha Ocular, o samba de roda no A Filial, a gafieira curitibana do Mocambo, os Imaginários de Floripa caindo no soul brazuca, a funkeira do Maskot, também de Curitiba. Além dos bróders de Sampa: Elo da Corrente, Parteum, Jamal. Mas os grandes momentos são de Nápoli, daí a cobrança do disco solo. “Malas Prontas” com Leco (sobre a excitação pré-praia). “Mistura Insana” com Parteum, “Preso no Latão” com o quinto andar Shawlin. Disquinho pra deixar rodando de fundo, trilha sonora pra grandes momentos de bobeira ao sol… Podia ter o número 2, pra aproveitar esse sol bonito de 2006.

Música 23) “Don’t Cha” – Pussycat Dolls
Tudo bem, a versão original de Tori Alamaze é mesmo mais cool e sutil (eu às vezes prefiro tocar ela, que é bem Prince, repara), mas chega no refrão e ela desanda, justamente onde a versão das Pussycat Dolls explode. Melhor pra elas – número 1 em um monte de paradas de sucesso, um clipe óbvio e correto tocando sem parar e versos que são cantados com a desenvoltura e sensualidade de caixas registradoras. É justamente este equilíbrio (mercado e pista, aqui o assunto não é “Arte”…) que torna a versão das PCD tão instantânea. E daí que elas são um grupo de dançarinas de lingerie em Las Vegas que existe desde 1993 e cujo único integrante original é o criador, Robin Antin? E daí que sua atual “líder” (Carmen Electra já ocupou o posto), Nicole Scherzinger, seja ex-integrante do grupo Eden’s Crush, vencedor do American Idol (o Fama original)? E daí que é vulgar? A graça da horizontalização da época em que estamos vivendo é que até a grande indústria tem que rebolar pra emplacar um hit. E nesse caso, a moeda é o sexo – sem precisar de nudez, insinuação ou penetração, tudo no suíngue robô, tudo na base da perva superproduça, mas sem cair nos clichês de pornografia do pop moderno. Aqui a graça é a aerografada, photoshopada, protoolzada – Hollywood, parece brilhar o glow. A falação de Busta Rhymes ao final é dispensável, mas também não chega a incomodar.

Show 23) Jess Saes no Milo Garage, em São Paulo
Eles podem ser velhos indies brazucas (um ex-Second Come, dois ex-Terrible Head Cream) e citar referências de pós-rock, mas os quando cariocas dos Jess Saes tocaram no Milo, fediam à psicodelia moderna – um pé no Pink Floyd de Syd Barrett outros nas vaibes dos Chemical Brothers e a cabeça zunindo nas instrumentais viajandonas do Primal Scream, mas sem eletrônica, sempre rock, classudo – como se o Mopho de Alagoas começasse a tomar ecstasy entre as refeições de LSD. O mirrado público da noite decolou dali pra 67 e eu ficava pensando que bela noite eles não fariam com o E.S.S. de Curitiba e o Labo daqui de São Paulo…