Impressão digital #0038: iPadmania

, por Alexandre Matias

Na minha coluna de domingo do Caderno 2 falei sobre a iPadmania pré-natal

O Natal do iPad?
Não para quem não tem pressa

E a febre do iPad chegou ao Brasil com o Natal. Quase um ano após seu anúncio no início de 2010, o tablet da Apple chega por aqui com todos os louros que o coroaram como principal produto digital do ano. Não é à toa, afinal, ele faz a ponte entre os dois aparelhos eletrônicos mais usados do mundo – o computador e o celular –, dando início a uma tendência que deve dominar os anos 10: a transformação radical do computador pessoal, que pouco mudou estruturalmente desde que foi criado, há trinta anos. Mesmo com capacidades de armazenamento e processamento infinitamente superiores às dos primeiros modelos, os computadores atuais seguem o mesmo padrão daquele inventado pela dupla Bill Gates e Steve Jobs no fim dos anos 70: gabinete, monitor, mouse e teclado.

Mas isso não quer dizer que é só comprar um iPad para conhecer o computador do futuro, como festejam seus entusiastas. Não estou nesse time. Por melhor que o tablet da Apple possa ser considerado, ele é claramente um produto transitório. Por isso, se você está em dúvida se entra ou não no hype da prancheta digital, não caia nessa. Como a grande maioria dos lançamentos eletrônicos, ele não está completo. É quase um produto em fase de testes, com a diferença que leva a grife Apple, o que causa todo o auê típico dos produtos da empresa.

O iPad é um produto perfeito para early-adopters, essa fatia do mercado sempre disposta a comprar o último modelo de qualquer produto ou testar qualquer serviço online que comece a ser comentado.

Pertenço à categoria oposta, principalmente quando falo de aparelhos. Demorei para ter um DVD player, só passei a usar celular depois que entrei no caderno Link, há três anos, e só neste ano me rendi a um smartphone. Não por ser avesso a tecnologia, mas ficar a distância ajuda a ter uma perspectiva menos deslumbrada desse tipo de tendência. Não é preciso ter pressa para pegar carona na moda eletrônica da vez. Mesmo porque, como disse, é bem provável que ela ainda esteja em fase beta – termo utilizado pelo mercado digital para definir aparelhos ainda em teste.

E já começaram as especulações sobre o iPad 2. Embora tudo ainda seja nebuloso, uma coisa é quase certa – o novo modelo será mais completo e certamente mais barato que o atual. Tem horas que é melhor esperar…

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