Hoje no Prata da Casa: Café Preto

, por Alexandre Matias

Não vou no Prata da Casa de hoje porque vou ao Rio acompanhar o Prêmio Multishow – mas com muita pena de não poder assistir ao show do Café Preto, projeto dub do grande Bruno Pedrosa e do Canibal dos Devotos do Ódio. Você já sabe o esquema do Prata, no Sesc Pompéia, né? A partir das 20h os ingressos, gratuitos, começam a ser distribuídos e o show começa pontualmente às 21h. Abaixo, o texto que escrevi sobre o Café Preto para o programa.

O que acontece quando um dos DJs mais promissores de Recife encontra-se com uma lenda do hardcore pernambucano? A banda Café Preto é fruto dos primeiros experimentos que o DJ e produtor Bruno Pedrosa começou a realizar no meio da década passada, quando se dedicou a levar a música de nomes da nova cena pop do Recife para o mundos dos remixes. Em 2006, lançou Transformer, disco que retrabalhava a obra de nomes familiares dos amantes da nova música pernambucana (Silvério Pessoa, Bonsucesso Samba Club, Eddie, Mombojó, Mundo Livre S/A, DJ Dolores, Erasto Vasconcellos). Foi quando encontrou Cannibal, vocalista e fundador do Devotos do Ódio, a principal banda de hardcore do estado e um dos principais nomes da cena punk brasileira desde os anos 90. Ele já vinha pensando em expandir seus horizontes para o lado da música jamaicana e em conversas com Bruno criou o Café Preto, dedicado inteiramente à vertente mais psicodélica da ilha de Bob Marley, o dub. O grupo ainda conta com a presença do produtor e músico Pi-R, que fazia parte da banda experimental eletrônica Chambaril, entre outros instrumentistas, e teve o primeiro disco mixado por Victor Rice, talvez o principal produtor do gênero no Brasil. O primeiro disco, já disponível para download no site da banda, conta com participações especiais e a capa assinada por Jorge du Peixe, da Nação Zumbi, e H.D. Mabuse, o “ministro da tecnologia do mangue beat”.

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