De volta do Velho Continente

, por Alexandre Matias

mahmed

A edição catalã do festival Primavera foi a primeira parada internacional do grupo pós-rock potiguar Mahmed, que aproveitou a ida ao Velho Continente para fazer mais shows pela Espanha. Além das duas apresentações em Barcelona, o grupo ainda tocou duas vezes em Madri e volta para o Brasil para um lançamento duplo nesta quinta-feira no Sesc Pompeia (mais informações aqui), quando apresentam tanto o EP Ciao, Inércia, gravado na turnê de lançamento de seu primeiro disco, quanto a versão física em CD para seu álbum de estreia, o ótimo Sobre a Vida em Comunidade, do ano passado. A gravadora do grupo me ofereceu um par de ingressos para sortear aqui no Trabalho Sujo. Para concorrer é só dizer aí nos comentários com qual banda o grupo do Rio Grande do Norte deveria fazer uma turnê pelo Brasil e explicar o porque da escolha. Aviso o resultado até a quarta de noite. Abaixo vem uma conversa que tive por email com Walter Nazário e Dimetrius Ferreira, guitarristas da banda, completa com a presença do baixista Leandro Menezes e do baterista Ian Medeiros.

É a primeira excursão de vocês para o exterior. Como tem sido a recepção até agora?
Walter: Tem sido ótima. Em todas as apresentações, tivemos um bom público e a recepção vem sendo muito positiva, é importante para nós levarmos o som a outros públicos e novos lugares. A Espanha é encantadora.

O que acharam do Primavera, como artistas e como fãs de música? Foi a primeira vez que vocês foram ao evento?
Walter: Um evento com uma superestrutura e um line-up absurdo, com certeza esse festival ficará marcado na nossa história como banda. Foram experiências incríveis nos dois palcos que tocamos no Primavera Sound, com boa receptividade e curiosidade do público. Detalhes como receber elogios de alguém que viu o show na fila do banheiro vão marcar essa viagem. Melhor ainda saber que tinha gente de vários países na plateia. Como fãs de músicas, ter a oportunidade de ver uma sequencia de shows como Ty Segall, Andy Shauf, Air, Radiohead, Tame Impala, Alex G, PJ Harvey com os amigos é pura diversão. Foi nossa primeira vez no festival.

Falem sobre esse novo EP, o quanto ele é fruto dessa nova fase?
Dimetrius: Gravamos esses três sons pensando no formato do 7” que vamos distribuir com os colaboradores da campanha que fizemos no Catarse. São pequenos temas seguindo um caminho mais slow da banda, com propostas de afinações diferentes e outras formas de captação. Foi composto entre turnês inéditas que fizemos pelo sul, sudeste e festivais e transmite essa sensação de levitação e movimento constante que marcou os últimos 12 meses da banda.

E como foram os shows fora do festival? Já foram todos?
Dimetrius: Além dos dois shows no festival, já tínhamos nos apresentado na loja de discos Cuervo em Madrid, com todo mundo sentado no chão, numa sala bem intimista, que criou uma atmosfera ótima para o show. Voltamos para Madrid com os parceiros de selo Quarto Negro e Nuven para o último show juntos, na casa Fun House. Foi um prazer tocar com essas pessoas. O Mahmed segue para Girona dia 11, antes de voltar ao Brasil. Estamos ansiosos pra esse ultimo show. Parece um lugar muito bonito e o evento é uma parceria da Balaclava Records, a Idea Géstion Cultural e o Consulado do Brasil em Barcelona.

Alguma novidade para o show desta quinta?
Dimetrius: Teremos a honra de receber no palco o artista paulista Flávio Grão para pintar uma tela junto a banda no palco da Comedoria. Ele fez as capas de todos os nossos trabalhos e de várias bandas do underground brasileiro. Teremos as participações especiais de dois grandes amigos, um dos nossos heróis na guitarra, Fernando Cappi (Chankas, Hurtmold) e de Thiago Klein do Quarto Negro.

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