Da importância de um produtor

, por Alexandre Matias

Tava lendo esse artigo no NME sobre o papel de um produtor num disco de uma banda (ou melhor, sobre a importância que um artista deve dar a esta escolha) e me deparei com algo que nunca imaginei ouvir: a demo de “Live Forever”, do Oasis. Nunca gostei do Oasis de verdade, o primeiro disco deles é bem bom, mas o resto, pra mim, é regurgitação de uma fórmula besta – fora que o vocal de Liam Gallagher (o timbre do Ozzy e o sotaque do Johnny Rotten) nunca me desceu. Tudo bem, o Noel é bom guitarrista e sabe compor, mas a banda começa a patinar a partir de “Wonderwall” – e tudo que ouvimos até hoje é só conseqüência dessa derrapada original. Aí cada disco do Oasis é que nem o disco novo do Bowie pra quem era adolescente nos anos 80: “O camaleão do rock está de volta”. Rola sempre aquela torcida do “agora vai” – e nunca mais foi.

Mas “Live Forever” é um primor, uma balada com aspiração ao posto de clássico do rock, coisa que os anos 90, até ali, sequer haviam cogitado (minto – tanto o Kurt quanto o Corgan faziam isso, um cheio de culpa e outro cheio de si). Só que no tal artigo eles linkam um vídeo com a demo da música:

Que música frouxa, fuleira – bem o tipo de Oasis que o povo fã de Pearl Jam gosta. Mas tinha um hit aí – e o produtor Owen Morris não deixou barato. O resultado tem a mesma aspiração à eternidade que prega a faixa:

Resume bem o tema defendido pelo NME no tal texto.

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