Primavera quente!

Escrevi minhas considerações sobre a ótima segunda edição do Primavera Sound em São Paulo para o site da CNN Brasil. O sol inclemente e o longo e apaixonado show do Cure foram as principais atrações do evento, que pecou ao não ter um artístico tão contemporâneo quanto o da edição passada, mas que funcionou perfeitamente como evento, com poucas filas, boa divisão do Autódromo de Interlagos, distribuição de água, bom som e shows memoráveis: além do Cure, Beck, Slowdive, Killers e Pet Shop Boys fizeram apresentações intensas e memoráveis, além de Marisa Monte ter celebrado Rita Lee com a presença de seu companheiro, Roberto de Carvalho.

Leia abaixo:  

Todo o show: Cure ao vivo na Cidade do México (19.11.2023)

E o Cure participou do mesmo festival que viu o show do Blur na Cidade do México, pisando pela primeira vez num palco latino-americano em 2023 no sábado, enquanto prepare-se para passear pelo continente – e ao menos passa por aqui, como uma das principais atrações do Primavera Sound São Paulo. Sem dar spoiler pra quem quiser ter a surpresa do show por aqui, só adianto que foram as duas horas e meia que o Robert Smith prometeu – e abaixo, segue a íntegra de toda a apresentação que uma boa alma subiu no YouTube, com o setlist logo abaixo:  

Dinosaur Jr. e Kevin Shields do My Bloody Valentine tocando “Just Like Heaven” do Cure

Não é a primeira vez que o Kevin Shields encontra-se com J Mascis no palco – suas respectivas bandas excursionaram juntas no auge de suas carreiras e o Shields já apresentou-se algumas vezes com a banda de Mascis –, mas a aparição do líder do My Bloody Valentine no terceiro dia da residência que o Dinosaur Jr. está fazendo na casa noturna Garage em Londres tem um quê de histórico. Mesmo porque ao subir no palco com seus velhos amigos, Shields não apenas tocou uma música de sua banda (“Thorn”) e outra da banda norte-americana (“Tarpit”), como se uniram para tocar uma versão de uma banda que talvez seja o vórtice original que enviesou as duas bandas do barulho rumo à doçura, o Cure. E escolheram justo aquela “Just Like Heaven” imortalizada pelo Dino Jr. nos anos 80, uma canção tão barulhenta quanto pop, marcando a primeira vez que os dois guitar heroes tocam juntos essa música, sente só aí embaixo:  

Todo o show: The Cure ao vivo no Madison Square Garden, em Nova York (20.6.2023)

A gente não tá pronto pra esses shows do Cure que vem aí: postei lá no #trabalhosujo a íntegra do primeiro show que o grupo fez em Nova York na semana passada e putaqueopariu vai ser muito foda. Há quem reclame que o começo do show é só música nova ou desconhecida e que os hits ficam pro final, mas esses infiéis nem deveriam pisar num show do Cure, que é muito mais do que sucessos comerciais pra se cantar junto e sim a criação dessa atmosfera pesada, melancólica e doce ao mesmo tempo. Dá uma sacada nesse setlist (aí embaixo) e na encostadinha de cabeça no ombro que o Robert Smith dá no Simon Gallup no final de “A Forest”. E a voz do sujeito, intacta! Vai ser foda demais 🖤

Assista e veja o setlist abaixo:  

Cure no Chile, Uruguai e Peru

E o senhor Robert Smith acaba de confirmar no site de sua banda as últimas datas da turnê do Cure pela América do Sul. Além das confirmações nas edições locais dos Primavera Sound que comentei essa semana, o grupo toca em shows fora de festival (ou seja, três horas de show) no Peru (dia 22 de novembro, em Lima), no Uruguai (dia 27, em Montevidéu) e no Chile (dia 30, em Santiago). Os ingressos começam a ser vendidos no dia 28 agora (ou no dia 26, se você se cadastrar na lista de emails da banda neste link).

Primaveras ao redor

No mesmo dia em que o festival Primavera de São Paulo anunciou sua primeira atração para a edição deste ano (Cure, já sabíamos), as edições hermanas do evento divulgaram suas respectivas programações completas. São três festivais além do de São Paulo – 25 e 26 de novembro em Buenos Aires, 7 de dezembro em Assunção e 9 e 10 deste mesmo mês em Bogotá. Em comum, todos terão show do Cure (como aqui em São Paulo), mas nomes como Blur, Beck, Pet Shop Boys, Bad Religion, Slowdive, Grimes, Hives, Black Midi, El Mató a Un Policía Motorizado, Meridian Brothers, Marina Sena, Soccer Mommy, Twilight Sad, Róisín Murtphy e Carly Rae Jepsen já dão um gostinho do que pode vir pra edição brasileira do festival. E não custa lembrar que a mesma empresa que faz o Primavera no Brasil também faz o Popload e artistas como Blur, Beck e Pulp (que não está no elenco destas edições que acabei de citar, mas toca no Chile nos dias 24 e 25 de novembro, na edição do Primavera Fauna, que também leva o Blur pra Santiago) poderiam tranquilamente tocar no festival do Lucio Ribeiro. E será que Domi & JD Beck e a Weyes Blood voltam para o Brasil mesmo já tendo tocado por aqui esse ano C6? Tomara que sim, perdi o show dos dois primeiros, mas me acabei no show da Weyes… Tomara que ela volte.

The Cure é a primeira atração confirmada do Primavera São Paulo

Como esperávamos, a banda do senhor Robert Smith estará entre nós no começo de dezembro, ao ser confirmada como primeira atração da edição paulistana de 2023 do festival Primavera Sound. Confesso que não vou achar ruim se o grupo fizer DOIS shows como parece insinuar o flyer, mas sigo com a expectativa para o show de quase três horas, mesmo num festival.

Mais uma inédita do Cure…

Enquanto esperamos a confirmação de mais uma vinda do Cure para o Brasil também aguardamos a materialização fonográfica das canções que se transformarão no próximo disco da banda, o primeiro desde 4:13 Dream, lançado há quinze (!) anos. O senhor Robert Smith preferiu sacramentar o lento compasso de espera mais típico de uma das bandas que influenciou (o My Bloody Valentine) e vai diluindo sem pressa o repertório do próximo álbum, que teoricamente se chamará Songs of a Lost World, no da atual turnê, batizada justamente com este nome. Canções como “Alone,” “And Nothing Is Forever,” “A Fragile Thing” e “I Can Never Say Goodbye” já foram mostradas em outras apresentações ao vivo – e agora mais uma delas vem a público no braço norte-americano da turnê: a triste e longa “Another Happy Birthday”, apresentada pela primeira vez ao vivo na quinta passada, no primeiro concerto que realizaram no Hollywood Bowl, em Los Angeles. Uma canção triste e longa assinada por Robert Smith? Cure clássico, em outras palavras:

Assista aqui:  

Cure e Blur no Primavera Buenos Aires?

O campo das especulações sobre os shows do Cure na América do Sul acaba de chocar-se com o campo das especulações sobre a escalação das edições no continente do festival Primavera Sound quando algumas fontes começaram a ventilar a possibilidade de não apenas o Cure mas também o Blur estar confirmado para a edição argentina do festival catalão.

Leia mais:  

É isso aí: The Cure no Brasil em 2023

O papo é real e mais uma vez vem o próprio homem que tá falando, em seu costumeiro CAPS LÓKI no Twitter:

“2023 NA ARGENTINA : BRASIL : CHILE : COLÔMBIA : MÉXICO : PARAGUAI : PERU : URUGUAI… MAS LIDAR COM OS CONTRATOS ESTÁ LEVANDO MAIS TEMPO QUE ACHEI DEVERIA… MAIS DETALHES QUANDO ELES EXISTIREM… EM FRENTE!”

“Let me take your hand, I’m shaking like milk!” – alguém mais anima dar um rolê por algum desses países pra ver o Cure? (E adoro que ele escreve o nome do nosso país com S)